Desde o início do ano, 23 crianças foram diagnosticadas com sífilis congênita

Foto: Reprodução
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Somente entre janeiro e junho deste ano, 200 gestantes tiveram o diagnóstico de sífilis no município e 23 crianças foram identificadas com a variação congênita da doença, normalmente resultante da falta de tratamento ou a realização inadequada deste por parte da mãe.

Oferecido gratuitamente na rede municipal de saúde, o tratamento contra a sífilis tem o acesso facilitado pela população e pode evitar graves sequelas em bebês filhos de mulheres que foram contaminadas pela bactéria. A recorrência de casos de sífilis congênita, que é quando a mãe passa a bactéria para o filho recém-nascido, tem sido um sinal de alerta em Campo Grande.

Ao não realizar o tratamento, a gestante pode estar suscetível a um parto prematuro, malformação do feto e até ao óbito da criança ao nascer. Com o objetivo de evitar o crescimento de casos assim, o serviço de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) realiza ações constantes para diagnóstico precoce da doença, e orientação sobre os riscos.

A gerente técnica de saúde da mulher, Karine Jarcem, explica que o nascimento de crianças geradas por mulheres que não fizeram o acompanhamento de forma adequada impacta em toda a rede de saúde. “Após o parto, as mães são liberadas em até dois dias, mas as crianças que são tratadas ainda como casos suspeitos ficam internadas por dez dias, o que impede que outras mulheres sejam também internadas, uma vez que não terá leito para seu filho”, explica.

Em Campo Grande foi estabelecido um fluxo para o tratamento dessas crianças, e, para isso, ainda no hospital é necessário a realização de alguns exames no bebê, como hemogramas, radiografias de ossos longos e punção lombar, além da carga viral.

“O tratamento para essas crianças pode ser feito tanto em unidades hospitalares, quanto nas unidades básicas, contudo, como as mães já não fizeram o acompanhamento adequadamente, os médicos, na maioria dos casos, optam por manter essas crianças internadas”, completa a coordenadora do serviço de IST, Fabiane Dittmar.

Oferta de tratamento

Em todos os casos de diagnóstico de sífilis, sejam eles através da rede pública ou do particular, o tratamento para a bactéria é realizado única e exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde e varia de acordo com a carga viral do paciente.

Em 2022, Campo Grande registrou 1.650 novos diagnósticos da doença, neste ano, até junho, o número já ultrapassa os 800 novos casos. Conforme a coordenadora do serviço de IST, em geral, o tratamento é feito através do uso de penicilina, mas também há outros medicamentos que são utilizados de acordo com cada caso.

“Sempre será avaliado o quadro clínico de cada paciente. O tratamento pode ser ofertado nas unidades básicas, ou, no caso daqueles pacientes que já apresentam sequelas neurológicas, nos hospitais de referência”, conclui Fabiane.

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