Amanhã (2) e sexta (3), dois estudantes indígenas irão defender suas dissertações de Mestrado no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) da UFMS. Ambos são professores e lideranças políticas em suas aldeias e desenvolveram pesquisas relacionadas a realidade de seu povo, e ingressaram na primeira turma do PPGAS, em 2017, nas vagas de ação afirmativa destinadas a alunos indígenas e afro-descendentes.
O acadêmico Gilberto Pires é da etnia Kadiwéu e reside na aldeia Alves de Barros, no município de Porto Murtinho. No dia 2, às 15h, na Unidade 13 da Cidade Universitária, ele irá defender a pesquisa “As fronteiras da educação indígena – considerações de um professor Ejiwajegi sobre a escola intercultural”, orientada pelo professor Antonio Hilário Aguilera Urquiza.
O acadêmico Gilson Tiago é da etnia Terena e reside na Terra Indígena Taunay-Ipegue, no município de Aquidauana. Sua pesquisa “Kixovoku Rômo Terenoe: um estudo antropológico sobre o jeito Terena de se pintar” é orientada pelo professor Álvaro Banducci Júnior e será defendida no dia 3, às 9h, na Retomada Cristalina.
“As dissertações, que versam sobre temáticas indígenas, produzidas e defendidas por alunos indígenas, demonstram que a política de Ação Afirmativa do PPGAS, pioneira no âmbito da Pós-Graduação da UFMS, tem se mostrado iniciativa frutífera e promissora, desempenhando importante papel de inclusão social e de formação educacional especializada, bem como de produção de conhecimento antropológico. Em seu quadro de Ação Afirmativa, o PPGAS possui outros acadêmicos, indígenas e afro-descendentes, que têm desenvolvido pesquisas relevantes sobre a realidade sociocultural de Mato Grosso do Sul”, afirma o professor Álvaro, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social.
Além de professores da UFMS, também compõem as bancas de defesa a professora Jane Felipe Beltrão, da Universidade Federal do Pará (UFPA), e o professor Jaime Siqueira Junior, da Universidade de Brasília (UnB). As defesas são abertas ao público.