Crematório de Campo Grande é o único com certificado de sustentabilidade

CREMATÓRIO
Nilson Figueiredo

O Crematório Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, recebeu na quinta-feira (9) o certificado LEED Platinum, prêmio internacional de sustentabilidade. O LEED, sigla em inglês para Leadership in Energy and Environmental Design, significa, em português, Liderança em Energia e Design Ambiental e é uma das certificações mais importantes quando o assunto é sustentabilidade. Para receber essa certificação, o projeto precisa cumprir oito requisitos: localização e transporte, espaço sustentável, eficiência do uso de água e energia, uso de materiais e recursos, qualidade ambiental interna, inovação e créditos de prioridade regional.

O nível da certificação é definido conforme a quantidade de pontos adquiridos, podendo variar de 40 a 110 pontos e são classificados em Certified, Silver, Gold e Platinum. O crematório Campo Grande recebeu a mais alta delas, sendo condecorado com a certificação Platinum, o que o torna o único crematório sustentável do mundo. Além disso, a empresa do ramo fundiário completou 40 anos em 2021, tornando a premiação ainda mais simbólica.

Felipe Garcia, CEO do GBC (Green Building Council), explica que a certificação comprova o quanto o Brasil está bem posicionado nesse movimento. “Essa certificação internacional LEED está presente em 180 países e o Brasil é o 5º país com maior número de empreendimentos certificados no mundo. Uma das coisas que diferencia o país é a diversidade de tipologia, ele começa no topo da pirâmide com corporativas de alto padrão e fomos ganhando maturidade e experiência no desenvolvimento de outros projetos. Coloca o primeiro crematório certificado LEED no mundo e atingiu o nível Platinum, o mais alto nível da certificação”. Segundo Faria, são mais de 50 mil projetos com certificado LEED em cerca de 120 países, e apenas 3% das certificações mundiais conseguem atingir o nível técnico exigido pelo Platinum.

Presente na cerimônia, Arthur de Carli, diretor-executivo do crematório da Capital, destacou que o projeto foi pensado justamente para além de uma estrutura pós-moderna; ele visa transmitir o sentimento de conforto e acolhimento para quem está se despedindo de seus entes queridos. A sensibilidade da arquiteta trouxe para o projeto uma forma de explorar os cinco sentidos por intermédio da arquitetura.

O projeto

De acordo com a arquiteta e autora do projeto crematório, Alessandra Ribeiro, foram dois anos de planejamento e três anos de execução. “O maior sentimento é de superação de desafios. Aqui as pessoas têm uma resistência muito grande, porque elas não conhecem a prática. É muito difícil você falar sobre ações sustentáveis, como separar o lixo ou o controle de resíduos. Eu tive muita resistência no começo, foi difícil a execução da obra por desse desafio”, comenta.

Ricciano Liberali, responsável pela Certificação Leed, da consultoria Petinelli, explica que o estudo começou na fase de pré-projeto, no momento de desenvolvimento das soluções técnicas junto com a equipe de arquitetura. “O projeto foi concebido para consumir 50% menos energia e a redução de água é maior que 80%. As soluções começam desde a parede que foi utilizada, que é específica para o clima local, com controle térmico, o que implica menos uso do ar-condicionado. O sistema de iluminação foi desenvolvido para entregar luz o suficiente, sem consumir mais energia. A gente tem um reservatório de água, então a gente capta água pra usar durante períodos mais secos, além de energia sustentável. É um prédio de altíssimo desempenho, tanto na parte energética quando ambiental”, informa.

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