[Texto: Bruna Marques, Jornal O Estado de MS]
Especialista explica a relação com a bebida, aponta formas de prevenção e tratamentos adequados para a boa saúde dos homens
Uma pesquisa divulgada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) revela que uma em cada seis pessoas é afetada pela infertilidade em todo o mundo. O levantamento se baseia em dados compilados entre 1990 e 2021, a
partir de 133 estudos, demonstrando que o problema está presente tanto em países pobres quanto ricos. No que se refere à infertilidade masculina, especialistas da área destacam a importância de estabelecer uma rotina de exames e consultas regulares, além de manter um estilo de vida saudável e evitar o consumo excessivo de cafeína.
É importante esclarecer que a infertilidade é uma condição que afeta o sistema reprodutivo masculino ou feminino e é caracterizada pela incapacidade de conceber uma gravidez após 12 meses ou mais de relações sexuais regulares e desprotegidas. Segundo o médico urologista do Idomed, Djalma Costa, é necessário adotar cuidados direcionados ao corpo masculino, evitando ações que possam afetá-lo negativamente, por meio de intervenções ou procedimentos não clinicamente recomendados. De acordo com o profissional, “as pessoas estão cada vez mais preocupadas com sua aparência de maneira excessiva, muitas vezes como parte de distúrbios psiquiátricos. Quando se
trata de vigorexia, os indivíduos usam medicamentos para atingir uma arquitetura corporal bem definida, sacrificando outras áreas da saúde”, observa.
Em relação aos sinais de alerta, o médico Djalma destaca que o “uso de substâncias termogênicas pode ter um grande potencial de interferência na fertilização. Por exemplo, o consumo excessivo de cafeína já é citado na literatura como um possível risco para a fertilidade masculina”.
Além disso, ele ressalta que “hormônios usados de maneira ilegal ou para fins estéticos podem causar atrofia testicular, levando ao hipogonadismo, que desencadeia diversas alterações, além da infertilidade, como osteoporose,
distúrbios metabólicos, glicemia elevada, colesterol alto e risco de fraturas ósseas, dentre outros”.
O urologista indica que abordagens preventivas e tratamentos são essenciais para preservar a fertilidade masculina. Ele ressalta que, quando “homens são submetidos a exames de radiação, utilizamos parâmetros para proteger as gônadas da exposição ao raio X.
Para aqueles que enfrentam câncer e estão sob tratamento de radioterapia, oferecemos a opção de um banco de sêmen e métodos para armazenar os gametas, permitindo a fertilização posterior”, explica o docente do Instituto de Educação Médica.
Quando questionado sobre a reversão da fertilidade, o médico explica que a avaliação dos cenários é fundamental. “Já há alguma lesão ou síndrome presente? Se algo estiver interferindo, o indivíduo se torna infértil”, pondera. O urologista também acrescenta que é possível recorrer a recursos para obter espermatozoides ou gametas, a fim de promover a reprodução quando desejado pelo indivíduo. “Dessa forma, é possível garantir a possibilidade de ter uma prole, no futuro”, conclui Djalma.