CCZ recebe novos equipamentos de exame de Leishmaniose

Foto: Divulgação/PMCG
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O CCZ de Campo Grande (Laboratório de Imunologia do Centro de Controle de Zoonoses) adquiriu novo equipamento para realização de exames de LVC (Leishmaniose Visceral Canina). O aparelho irá reduzir em 30% o tempo de confirmação dos resultados, além de ampliar a capacidade de realizar um maior número de exames por dia.

Em média, o resultado era obtido de 10 a 14 dias e, agora, será possível reduzir para sete dias. O equipamento adquirido também tem a capacidade de processar mais de 400 testes por dia, caso seja necessário.

O novo aparelho funciona por meio da técnica de ELISA (Enzyme Linked Immunosorbent Assay), que permite a detecção de anticorpos no plasma sanguíneo, o antileishmania

Segundo o secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, com a aquisição do equipamento será possível reduzir o tempo de espera pelo resultado do exame, além de ampliar a oferta de exames, tudo feito pelo próprio CCZ. “A amostra era recebida aqui e precisava ser encaminhada para o laboratório do Estado [Lacen] para ser processada, o que aumentava o tempo de espera. Agora todo o processo será feito no próprio CCZ, o que nos dará mais autonomia e agilidade neste processo. É mais uma conquista para a Saúde Pública do nosso Município, considerando que a leishmaniose é grave e a testagem é importante para nos dar um parâmetro quanto a prevalência da doença, possibilitando assim estabelecer estratégias de enfrentamento”, comenta.

Atualmente, o CCZ realiza cerca de 4 mil exames de leishmaniose por mês. O serviço é oferecido gratuitamente pelo órgão para a população.

Procedimento

No caso do exame sanguíneo positivo para a leishmaniose, o tutor poderá optar pelo tratamento, a partir de um termo de responsabilidade que encaminhará o cão a uma clínica veterinária.

Nesse termo constará que o tutor está ciente sobre o que a doença pode causar ao animal caso o tratamento não seja realizado de forma correta, seguindo todas as recomendações feitas pelo órgão.

Casos

Até julho deste ano, foram confirmados 4 casos de leishmaniose tegumentar e 16 de leishmaniose visceral em humanos em Campo Grande. A doença é de difícil tratamento, sendo que o paciente pode evoluir para óbito.

Dentre cães, no primeiro semestre deste ano foram 259 exames reagentes para leishmaniose, uma positividade de 33,16%. O CCZ atua para conscientizar a população sobre as medidas de combate e prevenção à doença, através das chamadas ações extramuros e também é feito o trabalho de bloqueio e manejo para eliminação do mosquito em parceria com a CCEV (Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais).

Assim como o combate à dengue, a principal forma de prevenção à Leishmaniose, é evitar a proliferação do mosquito flebotomíneo, conhecido como palha. É necessário evitar o acúmulo de matéria orgânica, como resto de frutas, folhas, entre outros, tornando o ambiente propício para a presença do mosquito. Os cuidados com os animais domésticos também são importantes.

Coleira repelente

Em agosto deste ano, a Prefeitura iniciou trabalho de encoleiramento de cães em regiões de vulnerabilidade socioeconômica da Capital. Ao todo, nove mil animais serão testados e receberão a coleira que protege contra o mosquito que transmite a doença.

O projeto é uma iniciativa do Ministério da Saúde, que elegeu 160 municípios para reduzir a incidência de casos em humanos e a prevalência em cães em, no mínimo, 50%. A Capital, como se trata de uma cidade em região endêmica de leishmaniose, é considerada como uma região prioritária pelo órgão.

De acordo com a coordenadora do CCZ, Juliana Resende, além do encoleiramento dos animais, as equipes também fazem a coleta de sangue que será analisada posteriormente para verificar a prevalência da doença.

A primeira etapa será realizada com todos os cães com idade igual ou superior a 03 meses juntamente com a coleta de sangue do animal. A partir da primeira substituição das coleiras, ela só será feita se o resultado do exame for negativo.

Os critérios para realização do projeto nestas três áreas são, além da vulnerabilidade socioeconômica, a ocorrência frequente de condições favoráveis à procriação do flebótomo – o mosquito palha -, a taxa de positividade canina e o número de episódios em humanos. Incidência em Campo Grande.

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