A poliomielite, doença conhecida como paralisia infantil, é causada pelo poliovírus e pode provocar implicações graves no sistema nervoso central, como atrofia e paralisia de membros, principalmente nos inferiores. Ontem (24) foi o Dia Mundial do Combate à Poliomielite, e uma das formas mais eficazes de combater a doença é por meio da vacinação.
A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Veruska Lahdo, lembra que há mais de 30 anos não há registro de poliomielite em Campo Grande, contudo a queda constante na cobertura nos últimos anos abre uma fresta para a reinserção do vírus em território nacional.
“É fundamental que as pessoas tenham consciência sobre a importância de manter a caderneta de vacinação em dia. A vacina contra a doença está disponível de maneira gratuita em todas as nossas unidades durante a semana, além disso, aos sábados, domingos e feriados são realizados plantões em unidades e locais de grande circulação de pessoas, como shoppings, por exemplo, para facilitar o acesso da população”, pondera.
A poliomielite pode gerar sequelas gravíssimas nas crianças que são acometidas pela doença, como atrofia de membros, paralisia, disfunções neurológicas e até o óbito.
No ano passado, o Ministério da Saúde realizou uma campanha de vacinação direcionada especificamente para reforço vacinal em crianças menores de cinco anos de idade, onde somente 46% do público-alvo recebeu o imunizante. Já a Vacina Inativada da Poliomielite (VIP) é aplicada nas crianças aos 2, 4 e 6 meses, e apenas 81,69% do público teve a cobertura completa em 2022, enquanto a preconização é que 95% do público seja imunizado.
Doença
A Poliomielite, ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus (sorotipos 1, 2, 3), podendo infectar crianças e adultos por via fecal-oral (através do contato direto com as fezes ou com secreções expelidas pela boca das pessoas infectadas) e pode provocar ou não paralisia.
A multiplicação desse vírus começa na garganta ou nos intestinos, por onde penetra no organismo. Dali, alcança a corrente sanguínea e pode atingir o cérebro. Quando a infecção ataca o sistema nervoso, destrói os neurônios motores e provoca paralisia flácida em um dos membros inferiores. Se as células dos centros nervosos que controlam os músculos respiratórios e da deglutição forem infectadas, a doença pode ser mortal. O período de incubação varia de 5 a 35 dias, com mais frequência entre 7 e 14 dias.
Sintomas:
Na maioria dos casos, a infecção pelo vírus da poliomielite pode não ter sintomas, porém, a transmissão continua ocorrendo, pois é eliminado pelas fezes e pode contaminar a água e os alimentos.
Os sintomas variam de acordo com a gravidade da infecção. Nas formas não paralíticas, os sinais mais característicos são febre, mal-estar, dores de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, constipação, espasmos, rigidez na nuca e meningite. Na forma paralítica, quando a infecção atinge as células dos neurônios motores, além dos sintomas já citados, instala-se a flacidez muscular que afeta, em regra, um dos membros inferiores.
Tratamento:
Como em muitas infecções virais, não há tratamento específico para a doença, mas alguns cuidados são indispensáveis para controlar as complicações e reduzir a mortalidade. Dentre eles:
– Repouso absoluto nos primeiros dias para reduzir a taxa de paralisia;
– Mudança frequente de posição do paciente na cama, que deve ter colchão firme e apoio para os pés e a cabeça;
– Tratamento sintomático da dor, da febre e dos problemas urinários e intestinais;
– Atendimento hospitalar nos casos de paralisia ou de alteração respiratória;
– Acompanhamento ortopédico e fisioterápico.
Medidas de prevenção:
– A falta de saneamento básico e de medidas adequadas de higiene são a principal causa de transmissão do vírus da poliomielite;
– A má qualidade da água utilizada para consumo e alimentos preparados sem os cuidados de higiene facilitam a proliferação dos diferentes tipos de poliovírus;
– Lavar sempre as mãos, especialmente antes de preparar as refeições, de começar a comer e depois de usar o banheiro;
– Estimular nas crianças pequenas a prática de hábitos saudáveis de higiene, como lavar as mãos, só beber água tratada e verificar se utensílios de mesa e cozinha estão limpos antes de usá-los.
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