Cannabis medicinal é tema de caminhada em Campo Grande

A 1ª Caminhada Internacional pelo dia Mundial da Proclamação da Cannabis Medicinal será no próximo sábado (23), às 8h30, na praça do Rádio Clube. A passeata seria na sexta-feira (15), mas por conta da previsão de chuva na Capital, o evento foi adiado para a semana seguinte. Na terça-feira (19), na OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil Seccional de MS), será feito o 1º Simpósio Multidisciplinar para discutir os direitos da saúde de pessoas com transtorno de espectro autista.

Ambos os encontros têm como objetivo atrair a comunidade para desmistificação do uso desta medicina. No simpósio, haverá diversas palestras com abordagem multidisciplinar para assuntos relacionados ao autismo e debates com a participação de médicos, psicólogos e advogados engajados com a causa. A caminhada na praça do Rádio tem o intuito coletar assinaturas para o Projeto de Lei do Senado (PLS) 5158/2019, que tramita no Congresso Nacional.

Segundo a presidente do Pro D Tea (Associação de Luta pelos Direitos das Pessoas com Transtorno do Espectro Autista), Carolina Spínola Alves Corrêa, a falta de informação das pessoas quanto à utilização do óleo medicinal extraído da flor da Cannabis é um dos fatores que dificultam a legalização. “O termo maconha é utilizado de forma pejorativa pela sociedade para definir o uso da planta para fins medicinais. Tenho gêmeos autistas, um deles com grau severo não verbal, e desde que comecei a utilizar a substância, houve uma melhora significativa no comportamento de ambos”, reforça a representante.

O medicamento à base de canabidiol e THC é importado dos Estados Unidos, e custa, em média, 800 dólares, e nem sempre a procedência dessas substâncias é confiável, já que a compra é feita irregularmente. A utilização do óleo é feita por diversos pacientes que apresentam convulsões em decorrência de doenças neurológicas como mal de Parkinson e esclerose múltipla. No Brasil, a data só é comemorada em 27 de novembro. A Abrace (Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança), na Paraíba, é uma instituição séria que faz o do cultivo artesanal da cannabis para uso medicinal. Por conta da ilegalidade, existe uma dificuldade para comercializar o medicamento em vários estados brasileiros.

Acontecendo

O Projeto de Lei do Senado nº 5158/2019 dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências para obrigar o SUS (Sistema Único de Saúde) a fornecer medicamentos que contenham o canabidiol como princípio ativo. No dia 2 de outubro, o PLS passou pela Comissão Diretora do Senado Federal (Coordenação de Apoio à Mesa), e atualmente está na mão do relator Styvenson Valentim. (Texto: Thais Cintra)

Os interessados podem votar a favor da inserção da Cannabis no SUS pelo link: https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaomateria?id=138890

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