Aos 88 anos, morre Paco Rabanne, estilista e perfumista espanhol

Foto: Reprodução/Getty Images
Foto: Reprodução/Getty Images

Nesta sexta-feira (03), o estilista e perfumista espanhol Paco Rabanne morreu aos 88 anos, na casa em que vivia em Ploudalmézeau, uma comuna francesa na Bretanha. A causa da morte não foi divulgada. A informação foi confirmada no perfil do Instagram da marca Paco Rabanne.

“A Casa de Paco Rabanne quer honrar nosso visionário designer e fundador que morreu ao 88 anos. Uma das figuras mais criativas da moda do século 20, seu legado vai servir constantemente como fonte de inspiração”, diz a publicação.

Vida e criação

Paco Rabanne foi criado pela avó, feiticeira, e pela mãe, que trabalhou com o estilista Balenciaga, e por duas irmãs. Ele não conheceu seu pai, que foi fuzilado pelas forças do ditador Franco.

Rabanne fez de tudo. Da escola de belas artes aos sapatos de Roger Vivier, trabalhou para Balenciaga e Courrèges e foi o primeiro —e único— a criar moda com materiais que, até então, nunca haviam sido usados como pedaços de espelho, metal e fibras ópticas.

Ficou conhecido por seus conjuntos metálicos e designs espaciais nos anos 1960. Naquela década, se concentrou em acessórios e acessórios, fazendo peças inovadoras para diferentes marcas como a própria Balenciaga e também Nina Ricci, Maggy Rouff, Philippe Venet, Pierre Cardin, Courrèges e Givenchy.

Era um grande inventor. Seus vestidos complicados enlouqueceram as mulheres nos anos 1960, que mal podiam se sentar. Mas ficavam em pé, animadas, circulando e dançando. Chanel o chamava, com sarcasmo, de “costureiro metalúrgico”.

Em 1964, Rabanne foi um dos primeiros costureiros a contratar modelos negras para a passarela. Disse depois que aquilo foi considerado um escândalo horrível. “Foi um escândalo terrível. Depois do desfile, jornalistas de moda americanos vieram nos bastidores e quase cuspiram na minha cara. Disseram que a alta costura é reservada para mulheres brancas e não para aquelas garotas ali”, afirmou o estilista espanhol.

Seu triunfo eram mesmo as peças reluzentes e metalizadas. Em 1967, impressionou ao vestir a cantora Françoise Hardy com um minivestido com placas de ouro e diamantes. São dessa época os seus vestidos de cota de malha mais fabulosos, peças que até hoje são consideradas valiosas.

Depois de construir um império no mundo da moda e da perfumaria – suas fragrâncias até hoje figuram na lista das mais vendidas do mundo, especialmente as masculinas -, Paco Rabanne se aposentou em 1999. Sua marca homônima só foi reativada em 2011 pelo grupo Puig, com o designer indiano Manish Arora na direção.

Com informações da Folhapress

Acesse também as redes sociais do O Estado Online no Facebook Instagram.

Leia também:

Aos 73 anos, morre Glória Maria, ícone do jornalismo brasileiro

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *