LAR: “ansiedade pode ser amenizada com pequenas mudanças”, afirma arquiteta

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Este ano de 2021 inédito e atípico nos obriga a permanecermos como nunca antes na história em nossos lares. Se não for um local agradável, aconchegante para realmente nos sentirmos bem e repormos nossas energias, o ano pandêmico só tende a piorar. Por isso, a arquitetura, o design e a decoração de interiores da sua casa ou apartamento precisa ter uma conexão diferenciada com a natureza, principalmente com a questão sustentável, Ou seja, a tendência para manter a sanidade mental passar pelo naturalismo, o paisagismo regado de madeiras, palhas, pedras, plantas e tudo relacionado ao meio ambiente, pois eles trazem a sensação que o ser humano precisa acolhimento.

Assim, a arquiteta especialista em paisagismo, Gisele Yallouz, também professora do curso de Arquitetura da Uniderp, lança clareza a estas necessidade caseiras. “A conexão com a natureza pode, e deve, ser alcançada por meio da utilização de materiais diferenciados, plantas adequadas aos ambientes, aproveitamento das aberturas como indicativo de luz natural e ventilação”, aponta.

Outra harmonização a ser feita é no uso das cores que podem transmitir sensações agradáveis, a medida que o ambiente é pensado de uma forma integral. “Há um movimento muito intenso, na área da arquitetura sobretudo com a realidade que a pandemia nos trouxe. Que é a partir de estudos biofílicos. Este conceito exprime a condição inata do ser humano de buscar proximidade com elementos da natureza

O Design Biofílico é, portanto, um conjunto de técnicas e estratégias que aproxima o dia a dia das pessoas em espaços construídos a esse contato com a natureza”, explica.

pequenas mudanças

Já a arquiteta, Julia Freitag, que está se especializando em Neuroarquitetura, afirma que a ansiedade pode ser amenizada por pequenas mudanças dentro do espaço. Um exemplo que dá é trazer itens decorativos com valores afetivos (presentes, recordações, lembrancinhas de viagens) que fiquem em locais bem visíveis. “Isso faz com que nosso cérebro reconheça nossa casa como um lugar seguro, libera os hormônios de bem-estar, lembrar sempre de onde viemos, quem temos em nossas vidas nos tornam pessoas mais positivas”, analisa.

Tudo isso pode ser instigado por meio desses pequenos detalhes como o dos aromas. De acordo com Julia, o olfato humano é um dos instintos mais primitivos. “Então ele tem uma resposta muito rápida e um poder muito grande de memórias. Colocar cheirinhos pelo ambiente pode ajudar a reduzir o estresse, a dormir melhor, até a se concentrar mais (ainda mais em época de home office)”, pontua.

E, como a Gisele já comentou, o uso de vegetação nos espaços internos é muito importante, pois é uma conexão com a natureza que é biológica. Segundo Julia, ainda não evoluímos o bastante para viver só em volta de concreto. “Um exemplo bem básico é quando sentimos a necessidade de ‘arejar a cabeça’ e procuramos instintivamente um local aberto, justamente porque somos condicionados a relaxar em meio à natureza. Durante essa fase da pandemia, que as saídas ficam mais restritas, é uma dica valiosa induzir as pessoas a trazerem o verde pra dentro de suas casas”, conclui.

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