Alunos se sentem despreparados para Enem com videoaulas

A primeira prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2020 será aplicada no dia 17 de janeiro. Com 10 dias pela frente, estudantes relatam a dificuldade de estudar em meio a pandemia da COVID -19. Isso porque uma das medidas tomada pelo poder público para conter o avanço da doença foi a suspensão das aulas presenciais e, segundo os estudantes, fica comprometido o preparo para o exame que abre as portas das universidades federais do país.

Isadora Prado, 17 anos, acabou de terminar o 3º ano do ensino médio. Ela optou pela prova impressa e assegurou que foi muito difícil se preparar para o Enem sem ter um ano letivo presencial. “Acredito que estaria mais preparada se não fosse o estudo remoto, me esforcei bastante, estudei em casa mesmo por meio das videoaulas e revisando o conteúdo”, disse.

E, apesar de ser estudante da rede particular, Isadora não vê que terá muitas vantagens sobre os alunos das escolas públicas. “O ano foi muito difícil para todos os estudantes, se tivermos vantagens será pouca porque os recursos foram os mesmos para os estudos. A situação só fica pior para aqueles não tinham acesso à internet”, ressaltou.

Isabel Santos Hach, 17anos, também optou pela versão impressa do exame. Ela estudava em escola pública e afirmou que se sente prejudicada diante dos alunos de colégio particular, mas que se dedicou aos estudos para conseguir um bom desempenho no Enem.

“Sinto que os alunos de escola pública tem uma desvantagem em relação aos alunos das escolas particulares, o ensino é muito melhor, até mesmo o ensino a distância. O ensino público foi bem precário, inclusive, demorou um tempo para escola se adaptar ao ensino remoto”, contou.

A estudante, que pretender cursar psicologia, declarou ainda que não sabe como conseguir terminar o ensino médio com o último ano sendo, praticamente inteiro, remoto. “Não consegui focar apenas no Enem, tinha que correr atrás de aprender o conteúdo do terceiro ano, já que não tinha as aulas presenciais, onde fica mais fácil de tirar as dúvidas. Sem falar que trabalho também, então tive que conciliar trabalho, estudo para Enem e colégio”, afirmou.

As provas impressas serão aplicadas no dia 17 e 24 de janeiro e a versão digital nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro. Anteriormente, as provas impressas ocorreriam nos dias 1º e 8 de novembro e a digital nos dias 22 e 29 de novembro, mas o Inep (Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) adiou para a data por conta da pandemia.

As versões terão o mesmo conteúdo, apesar das datas e formatos diferentes. No primeiro domingo, serão 45 questões objetivas de Linguagens e Códigos, 45 de Ciências Humanas e Redação. No segundo dia, serão aplicadas as 45 questões de Ciências da Natureza e as 45 de Matemática.

Em Mato Grosso do Sul, mais de 84 mil pessoas vão realizar o exame. Destes, 82,7 mil vão fazer a versão impressa e 1,9 mil a versão digital. No Brasil, quase 5,8 milhões de candidatos estão confirmados para realizarem o Enem, um aumento de 13,5% em relação ao quantitativo de 2019.

UFMS

A UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) não vai usar o Sisu (Sistema de Seleção Unificada), sistema que utiliza a pontuação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) como processo seletivo neste primeiro semestre de 2021. Segundo a instituição, a decisão se deu para que não haja atraso no começo do ano letivo, previsto para 15 de março.

A decisão foi confirmada depois da votação feita pelo Coun (Conselho Universitário) em outubro do ano passado. Para o primeiro semestre deste ano o ingresso na UFMS será por meio do vestibular e do Passe (Programa de Avaliação Seriada Seletiva). O Sisu volta a ser utilizado pela UFMS no segundo semestre letivo deste ano para ingresso nos cursos com vagas disponíveis.

(Texto: Rafaela Alves)

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