Radiologista intervencionista e pesquisador científico, o médico e professor universitário, Thiago F. Nunes, é o responsável por desenvolver pesquisa que com a evolução da tecnologia, descobriu a possibilidade de diagnóstico em até dez minutos, para descoberta e tratamento de nódulos pulmonares que provocam lesões pequenas. A pesquisa mostrou o mais novo aliado para biópsia de nódulos intrapulmonares.
Segundo o médico, o procedimento guiado por tomografia é realizado em uma sala completamente preparada e equipada em menos de dez minutos (o tempo é mais curto quando comparado com técnicas convencionais), com sedação leve e oferece maior precisão, uma vez que lesões-alvo menores de um centímetro podem ser analisados em tempo bem menor ao tradicional.
Thiago explica que para que todo o resultado da pesquisa fosse positivo ao longo dos anos, muitas modificações foram feitas.
“Há cerca de 20 anos os pacientes além de serem diagnosticados com lesões pulmonares grandes, muitas vezes em estágio avançado, os diagnósticos eram feitos utilizando técnicas mais invasivas, com anestesia geral e internação em Centro de Terapia Intensiva (CTI)”, relata o pesquisador.
Com a evolução da tecnologia e o passar dos anos, Thiago afirma que as técnicas utilizadas começaram a ser menos invasivas. “Com o passar do tempo foi melhorando, não só a tecnologia como também as técnicas começaram a ser menos invasivas. Porém, notávamos que o tempo do procedimento ainda estava muito longo, uma média de 1h30”, explicou.
A estrutura do Hospital Unimed Campo Grande, foi o local onde as pesquisas foram realizadas e com o resultado, o novo serviço, foi implantado na unidade de hospitalar.
“Queríamos melhorar o desempenho, então houve a proposta do Hospital Unimed CG montar um serviço de tomografia e implementar softwares capazes de avaliar em tempo real o caminho feito pela agulha até chegar ao nódulo. Este serviço que temos em nosso hospital é, sem dúvida, o mais moderno e completo existente no estado”, disse o médico.
O especialista completa dizendo que além da diminuição do tempo de trabalho, a inovação ainda dá a possibilidade de menos sofrimento aos pacientes, por conta de diminuir o processo invasivo.
“O que ganhamos com isso, tanto equipe como paciente? Tempo, já que agora, além da sedação leve, o procedimento dura em média menos de dez minutos. No Hospital onde a pesquisa foi desenvolvida, foram mais de 300 casos. Nos casos de biópsias de pulmão, a maioria dos pacientes são liberados no mesmo período, poucas horas após o término dos procedimentos. Foi uma aposta que o hospital nos deu e, desta forma, ‘devolvemos’ em estudos, qualidade aos pacientes e o sucesso dos procedimentos”, avaliou.
Como a análise de nódulos muito pequenos era um processo desafiador, Thiago afirma que a precisão da nova técnica merece atenção.
“Uma coisa é a biópsia ser feita em um paciente com um nódulo do tamanho de uma laranja no pulmão, uma lesão muito grande que mesmo sem esse software é possível fazer a biópsia. Porém, lesões pequenas, com menos de um centímetro, começam a ser mais desafiadoras, por isso fizemos um trabalho, que ao nível nacional, não existe, de biópsias em nódulos com menos de um centímetro utilizando esta tecnologia”.
O trabalho conta ainda com um agravante: o período de pesquisa foi durante um dos picos da pandemia da Covid-19, em que não havia leitos em diversos hospitais.
“Era um cenário de guerra, mas os pacientes, independente do momento que vivíamos, continuavam tendo câncer e precisávamos dar o diagnóstico, senão perderiam o tempo de tratamento. Foi um completo desafio continuar fazendo os diagnósticos com toda restrição que tínhamos e mantendo o alto desempenho. Tudo isso somente foi possível através do apoio e dedicação de toda equipe envolvida”, relatou o médico.
Ao ser questionado sobre o que fez acender uma luz para a necessidade de iniciar esse estudo, o médico respondeu que foi algo intuitivo. “Com a chegada deste software e o início desses procedimentos, vimos os resultados e outras pesquisas já publicadas, então percebemos que havia poucos estudos nessa esfera, foi algo intuitivo começar a pesquisar sobre”.
Por fim, o especialista conta que os maiores ganhos deste trabalho, com certeza, são o incentivo às pesquisas e a oferta constante de qualidade de vida para população. “É importante despertar nos médicos, nos profissionais da saúde em geral, a busca pela ciência, pelos estudos. Que resultados iguais a estes sirvam como uma motivação para outros colegas iniciarem pesquisas ou continuarem neste caminho. Estamos continuamente focados para atender bem nossos pacientes, oferecendo com humanidade e seriedade a melhor qualidade de vida”.