Concurso da Polícia Civil de MS atrai mais de 20 mil candidatos em busca de estabilidade financeira
Com mais de 20 mil inscritos, o concurso público da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul tem movimentado a rotina de candidatos de todo o Estado, tanto do interior quanto da Capital. As oportunidades são para os cargos de Investigador de Polícia Judiciária (300 vagas) e Escrivão (100 vagas). O processo é considerado, por especialistas e concurseiros, um dos mais concorridos da área de segurança pública.
A estabilidade e o sonho de uma carreira sólida na Polícia Civil estão entre os principais motivos que atraem inscritos. Além disso, a remuneração inicial de R$ 6.569,53 também é um fator relevante.
Para entender o que motivou tantas pessoas a se dedicarem a uma jornada intensa de preparação, o jornal O Estado ouviu candidatos e professores de cursos preparatórios especializados.
O professor de Direito Constitucional e Administrativo do Mandetta Easy Centro de Estudos, Márcio Lopes, destacou que a disputa para a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul será acirrada. Ele afirmou que o Estado se destaca na segurança pública, atraindo grande procura sempre que um edital é lançado.
“Temos quase 400 alunos matriculados, de várias cidades do interior do Estado, assistindo às aulas presenciais e online. A preparação já dura dois anos, com candidatos que passaram por até dez turmas pré-edital. Quando sai o edital, intensificamos a revisão de todas as matérias. O aulão de véspera é um evento grande, que atrai muitos candidatos do interior para Campo Grande, movimentando até a rede hoteleira local. Isso mostra o impacto que um concurso desse porte tem na cidade”, ressaltou.
Otávio Barbosa Machado, assistente administrativo, é um dos candidatos que buscam uma vaga para o cargo de investigador. Para ele, a profissão de policial sempre foi um sonho, e agora ele vê no concurso uma oportunidade. “Essa carreira significa servir à sociedade, garantir a justiça e proteger as pessoas com responsabilidade, ética e dedicação”, comentou.
Formada em Enfermagem, Laryssa Samha Duarte, 28 anos, decidiu mudar de rumo profissional e vai prestar a prova para escrivã. Após se sentir desmotivada na área da saúde, ela encontrou inspiração dentro da própria família. “A estabilidade pesou na minha escolha. Gosto mais da Polícia Civil do que da Militar e acredito que o cargo de escrivã seja uma boa opção para mim”, destacou.
“Poder do distintivo”
Segundo Carlos Neto, diretor do Polígono Curso e professor de raciocínio lógico e informática, a procura por preparatórios para a Polícia Civil diminuiu em comparação a concursos anteriores, mas as salas continuam lotadas. Ele ressalta que a área da segurança pública continua entre as mais concorridas do Estado. “Como são muitos cargos disponíveis, a procura é grande. Mas, além disso, há o sonho de ser policial. Não é só a questão salarial, é o fato de poder estar na justiça e carregar um distintivo, algo que os candidatos valorizam muito”, explicou.
O funcionário público André Mosca se inscreveu no concurso para o cargo de investigador, uma carreira que ele sempre considerou “sensacional”. “A concorrência e o nível de dificuldade são altos. Eu estudo por conta própria e com plataformas online. Acordo todos os dias às 3h para estudar um pouco antes de ir trabalhar. É cansativo, mas representa a realização de um sonho”, relatou.
Até o dia da primeira fase, que será realizada com a prova objetiva em 14 de setembro, os candidatos seguem em ritmo intenso de preparação, com aulas, simulados e revisões, mantendo o foco em busca de uma realização pessoal e profissional.
Por Geane Beserra
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