O QUE É?
A palavra urticária tem origem no latim “urtica”, pelo fato das lesões de pele serem muito parecidas com aquelas provocadas pelas folhas da planta urtiga, quando em contato com a pele da pessoa. Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, uma a cada quatro pessoas terá pelo menos um episódio de urticária durante a vida. As lesões da urticária se caracterizam por serem vermelhas, elevadas, de vários tamanhos, de centro claro e que coçam muito, formando vergalhões na pele, ou placas. Podem aparecer em qualquer região do corpo.
Podem ter duração de horas, dias, meses e serem episódios únicos ou repetitivos. Em alguns casos, ocorre inchaço dos olhos, dos lábios, da garganta,dos órgãos genitais e das palmas das mãos, denominado angioedema.
QUAIS AS CAUSAS?
A urticária pode ser uma manifestação de alergia em um indivíduo que tem hipersensibilidade a determinadas substâncias. Essas substâncias desencadeadoras da alergia podem estar presentes nos alimentos, (por exemplo,
amendoim, frutos do mar etc), em corantes, em aerossóis de perfumes, fumaça, em plantas, em picada de insetos ou em medicamentos, entre outros.
Outras causas de ocorrência de urticária são quando essas lesões estão associadas a doenças autoimunes (por exemplo, no caso do lúpus eritematoso sistêmico e de outras doenças reumáticas).
TIPOS DE URTICÁRIA
Classificamos a urticária de acordo com o tempo de evolução:
– Urticária Aguda – tem duração de até 6 semanas e geralmente tem aparecimento súbito, após o indivíduo ter consumido algum alimento ou medicamento, após picada de insetos ou durante um processo infeccioso.
– Urticária Crônica – persiste acima de 6 semanas, sendo que as lesões de urticária podem aparecer diariamente, de forma súbita e se repetir por meses ou anos.
A urticária crônica pode se manifestar de forma espontânea, ou seja, sem nenhuma relação com fatores externos. De outro modo, a urticária crônica pode ser induzida, quando é desencadeada por algum fator externo, como alimentos (chocolate, pimenta, frutos do mar etc.), medicamentos, esforço físico, contato com água, exposição ao frio etc.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS?
Como dissemos no início, as lesões de pele são avermelhadas, elevadas, com diversos formatos, de centro claro e que suscitam intensa coceira, em qualquer região do corpo.
Quando acompanhada com inchaço dos olhos, dos lábios, da língua, da garganta, podendo levar a dificuldade para respirar, constitui um quadro mais grave e coloca em risco a vida do indivíduo. O inchaço também pode ocorrer nos órgãos genitais. Esse quadro é denominado angioedema.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?
O diagnóstico de urticária é feito pelo médico, com base nas informações colhidas do paciente, pelas características das lesões e pelos sintomas gerais. Com base nessas informações, o passo seguinte é classificar o tipo de urticária e investigar as possíveis causas desencadeantes, o que nem sempre é possível.
Os exames laboratoriais são de grade auxílio à formulação do diagnóstico e da possíveis causas.
Em geral, são realizados exames de sangue gerais, para avaliar diversas funções do organismo, além de exames para a investigação de doenças reumáticas e infeciosas.
Os testes cutâneos para várias substâncias podem ser realizados por um alergista, visando determinar os fatores desencadeantes da urticária.
TRATAMENTO
Nos casos de urticária mais simples, sem complicações de outros aparelhos, o uso de antialérgicos (anti-histamínicos) costuma resolver. Alguns outros casos podem necessitar do uso de corticoides ou de outros medicamentos, na dependência da gravidade do quadro clínico.
Alguns cuidados devem ser tomados:
– Evitar coçar o local das lesões. O uso de gelo ou compressa fria melhoram o sintoma;
– Procure não se automedicar;
– Procure identificar o que pode desencadear a urticária. Uma vez identificado, evite o contato;
– Se perceber dificuldade para respirar, tosse persistente, vômitos, procure imediatamente o pronto atendimento médico.
NOTA: a partir da próxima semana, estarei de férias, devendo retornar a partir da segunda semana de janeiro/24. Boas festas a todos e todas!
Prof. Dr. Izaias Pereira da Costa: Professor titular da Famed da UFMS, professor do curso de pós-graduação de saúde e desenvolvimento do Centro-Oeste, da UFMS; coordenador do programa de residência médica em reumatologia, do Humap/Ebserh/UFMS; titular da cadeira 23, da Academia Brasileira de Reumatologia
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