Tiques e a Síndrome de Tourette

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O QUE SÃO OS TIQUES?

São movimentos musculares rápidos, súbitos, repetitivos, sem um objetivo definido, mas que podem ser controlados, realizados por um indivíduo.

 

O QUE É A SÍNDROME DE TOURETTE?

Quando os tiques se acentuam e têm duração acima de 1 ano, ou seja, tornam-se crônicos, é denominada de síndrome de Tourette. 

Embora tenha sido descrita pela primeira vez em 1825, pelo médico francês Jean Marie Itard, somente em 1884 o também francês George Gilles de la Tourette fez a descrição de vários casos, sendo homenageado com o nome de síndrome de Tourette.

 

QUAIS TIPOS DE TIQUES?

Os tiques podem ser simples ou complexos. 

Exemplos de Tiques Simples:

Piscar repetidas, fazer caretas, encolher os ombros virar a cabeça (tiques motores) ou emitir sons (tique vocal) , como latir, grunhir, pigarrear, tossir, fungar.

 

Os Tiques Complexos:

Implica em realizar movimentos combinados, como virar a cabeça e encolher os ombros ao mesmo tempo fazer gestos obscenos e imitar os movimentos realizados por outra pessoa. 

Também podem proferir palavras ou frases, inesperadamente, formuladas por elas mesmas ou repetir a fala de outra pessoa; Podem falar palavras obscenas ou de ofensas a outras pessoas 

 

QUAIS SÃO AS CAUSAS?

É considerado um transtorno neuropsiquiátrico, que tem origem na infância ou adolescência (menos de 18 anos) e que pode permanecer e acentuar na vida adulta.

Não tem uma causa conhecida. Sabe-se que pode ser de ocorrência familiar.

Além disso, pode ocorrer em crianças com outros transtornos, como o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), transtorno de ansiedade e no transtorno de aprendizagem.

Em adultos, pode estar associado ao distúrbio bipolar ou em pessoas que usam substâncias estimuladoras do sistema nervoso central (maconha, cocaína, opioides etc).

 

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

O diagnóstico é essencialmente clínico. Um médico experiente poderá aventar a possibilidade diagnóstica, com base na observação do paciente e de sua história clínica. Os neurologistas, psiquiatras e psicólogos devem participar da avaliação e da escolha do melhor tratamento para o paciente.

Em alguns caos, exames de eletroencefalograma, ressonância cerebral podem ser realizados.

Não há exame de sangue específico para o diagnóstico.

 

EM QUE CONSISTE O TRATAMENTO?

Os sintomas tendem a piorar, em situação de maior ansiedade, depressão ou de estresse. Às vezes, os sintomas são motivos de bullying por parte dos colegas de sala de aula e do convívio, em decorrência dos movimentos ou gestos repetitivos que o indivíduo realiza ou das palavras emitidas, o que leva à piora dos sintomas e ao isolamento social.

Quando se agravam e interferem na vida da pessoa, o uso de medicações que atuam no sistema nervoso central e terapia psicológica são de grande utilidade.

Embora não seja tão frequente a ocorrência da síndrome de Tourette, nos últimos anos, talvez pelo maior conhecimento e divulgação da mesma, um maior número de casos tem sido diagnosticados e encaminhados para tratamento.

A recomendação é que se observe muito bem o comportamento das crianças e adolescentes, para que a síndrome de Tourette possa ser identificada e encaminhada para tratamento o mais cedo possível.

 

Professor titular da Famed da UFMS, professor do curso de pós-graduação de saúde e desenvolvimento do Centro-Oeste, da UFMS; coordenador do programa de residência médica em reumatologia, do Humap/ Ebserh/UFMS; titular da cadeira 23, da Academia Brasileira de Reumatologia

 

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