O QUE SÃO IDOSOS CAIDORES?
Denominação dada a pessoas acima dos 60 anos de idade, que tenham tido queda não intencional, ao nível do solo ou outro nível inferior, em pelo menos 2 ocasiões.
QUAIS SÃO AS CAUSAS QUE PROPICIAM A QUEDA DE IDOSOS?
Em estudos populacionais, verifica-se que 30 a 40% dos idosos sofrem queda em ambiente familiar ou 50% daqueles que estão em estabelecimentos de longa permanência (hospitais, lar de idosos etc). Nos EUA, em 2018, 13% dos idosos que tiveram queda foram a óbito. São vários os fatores que contribuem para o aumento do risco de quedas em idosos:
:– Fatores relacionados à condição da pessoa: alterações do sistema nervoso central, relacionadas ao envelhecimento, podem comprometer o equilíbrio; as alterações da visão, como diminuição da acuidade, da percepção de detalhes e altura; diminuição da força muscular. As doenças ou alterações pré-existentes, como diabetes, pressão alta não controlada, doenças articulares (artrite, artrose), doença de Parkinson, labirintite, sequela de acidente vascular cerebral etc. O uso de medicações, como antidepressivo-ansiolíticos ou para insônia, antialérgicos e outros, podem afetar o equilíbrio.
– Fatores ambientais: pisos escorregadios ou irregulares, escadas sem corrimão, tapetes.
– Fatores ocasionais: levantar-se da cama rapidamente ou estar ao telefone e caminhando ou andar no escuro.
QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS?
Embora a maioria das quedas não resultem em lesões graves, cerca de 10% têm acometimento da cabeça e lesões de órgãos internos. Cerca de 5% têm fratura de punho, quadril ou úmero. Algumas delas podem agravar uma condição clínica pré-existente ou ocasionar óbito por complicações em pacientes hospitalizados.
Um grande número de idosos que sofreram quedas não consegue voltar às suas atividades anteriores, seja por limitação devido à sequela da queda ou por medo de cair novamente. Essa limitação acaba agravando, ainda mais, as condições físicas do indivíduo, aumentando a possibilidade de nova queda.
COMO O MÉDICO PODE AJUDAR?
É importante que o médico, após os cuidados ao paciente, procure identificar as causas que levaram ou levam o indivíduo a ter quedas frequentes. Uma vez identificado, propor medidas terapêuticas medicamentosas, se for o caso, e recomendações para que sejam evitadas quedas futuras. Assim, é necessária uma avaliação global do paciente, incluindo exame neurológico e otorrino, além de exames de sangue gerais e de imagem, se necessário (raio X, ressonância etc).
ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO DE QUEDAS
As estratégias para prevenção de novas quedas estão relacionadas à identificação das causas. Assim, para os pacientes que a causa foi desequilíbrio, dificuldade para caminhar e diminuição da massa muscular e da força, a fisioterapia e os exercícios regulares, que visam o fortalecimento muscular e o restabelecimento do equilíbrio, devem ser realizados de forma gradativa, respeitando sempre as limitações físicas. Os exercícios devem ser realizados sob a supervisão de um profissional especializado. O ambiente residencial deve ser avaliado, para identificar e neutralizar os potenciais riscos de queda, como: retirar obstáculos que possam contribuir para a queda, usar tapetes antiderrapantes nos banheiros, com instalação de apoiadores e corrimão nas escadas.
Revisar regularmente as medicações em uso, junto ao médico, para ajustes de doses ou troca de medicamentos que possam contribuir para o desiquilíbrio do paciente.
Avaliação, por neuro, oftalmo e otorrinolaringologista, pode ajudar a identificar e tratar possíveis causas de quedas nos idosos. O uso de dispositivos auxiliares, como bengalas, andadores ou próteses, pode fornecer suporte para os idosos durante a locomoção, reduzindo o risco de quedas. Não só os idosos, mas os familiares devem estar cientes dos riscos de quedas e, juntos, programarem medidas que as previnam. Com medidas preventivas é possível reduzir significativamente o risco de quedas e promover a segurança e a qualidade de vida dos idosos.
Prof. Dr. Izaias Pereira da Costa
Professor titular da Famed da UFMS, professor do curso de pós-graduação de Saúde e Desenvolvimento do CentroOeste, da UFMS; coordenador do programa de residência médica em reumatologia, do Humap/Ebserh/UFMS; titular da cadeira 23, da Academia Brasileira de Reumatologia
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