Febre do carrapato (maculosa), coluna do Drº Izaias Pereira

Foto: Divulgação
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O QUE É?

A febre maculosa, que nas últimas semanas têm sido noticiada como causa de morte de pessoas, no Brasil, é uma doença infecciosa transmitida pela picada do “carrapato-estrela”, cujo nome científico é Amblyomma (cajennenses, aureolatum e ovale), porém, podendo ser transmitida por outros tipos de carrapatos, como os de cachorros.

COMO É A TRANSMISSÃO DA DOENÇA?

O período entre o mês de junho e setembro é quando as formas jovens dos carrapatos (ninfas), conhecidas como micuim, estão proliferando no meio ambiente, infestando gramas e folhagens, e os animais domésticos e silvestres (cachorros, cavalos, bovinos etc.).

Essas ninfas, normalmente, são as mais infectadas pelas bactérias causadoras da doença. Felizmente, nem todos os carrapatos estão infectados pela bactéria.

Durante a picada, o carrapato injeta bactérias (Rickettsias) no indivíduo, que vão percorrer a corrente sanguínea e determinar sintomas que podem ser de intensidade leve à grave, causando em torno de 60% de óbitos.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

Nos primeiros dias após a picada, aparece febre, dor de cabeça intensa, dor muscular, náuseas e vômitos. Caso não seja feito o diagnóstico e o tratamento iniciado, os sintomas podem se agravar, evoluindo para dor abdominal e diarreia, aparecimento de manchas
vermelhas no corpo, vermelhidão nas palmas e pés, inchaço das pernas, gangrena nas pontas dos dedos, hemorragia e paralisia nas pernas que pode subir, acometendo os músculos respiratórios e resultando em óbito.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

O diagnóstico deve ser feito o mais cedo possível, antes do agravamento dos sintomas. Porém, em razão dos mesmos serem muito parecidos com outras doenças, como a dengue, leptospirose, sarampo, hepatite e outras, dificulta muito o diagnóstico clínico.

Por essa razão, nesse período do ano, qualquer paciente com os sintomas que elencamos acima deve ser investigado se teve contato ou se foi picado por carrapato, nos últimos 15 dias.

O diagnóstico laboratorial é feito com exames mais gerais, como hemograma, que pode mostrar anemia e diminuição das plaquetas e aumento de enzimas musculares.

Exames laboratoriais mais específicos, para identificar a presença da bactéria no sangue do indivíduo, também devem ser realizados, como imunofluorescência, exames de biologia molecular ou isolamento da bactéria.

COMO É O TRATAMENTO?

Ao aparecer os primeiros sintomas, o paciente deve procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento. O tratamento medicamentoso é realizado com antibióticos por 7 a 10 dias se necessário, o paciente deve ser internado para tratamento mais adequado.

COMO PREVENIR?

– Evite caminhar em locais com grama ou regiões de matas, sem que esteja protegido com roupas claras, para melhor perceber a presença do carrapato, de mangas compridas, com calças com as pernas colocadas por dentro das meias e botas.

– Após caminhada nesses locais de grama ou mata, faça exame minucioso no corpo, para ver se encontra algum carrapato e extraia-o.

– Não retire os carrapatos do corpo ou dos animais, com as mãos sem proteção ou com pinças. Jamais esmague o carrapato nas mãos, pois as bactérias neles presentes podem penetrar no seu organismo.

– Verifique a presença de carrapatos nos animais domésticos e retire-os conforme escrevemos acima.

– Use repelentes de insetos.

– Lembre-se: quanto mais cedo retirar o carrapato do contato com a pele, menor a possibilidade de se infectar.

E-mail: [email protected].
Site: www.institutoreumato.com.br.

Prof. Dr. Izaias Pereira da Costa: Professor titular da Famed da UFMS, professor do curso de pós-graduação de Saúde e Desenvolvimento do CentroOeste, da UFMS; coordenador do programa de residência médica em reumatologia, do Humap/Ebserh/UFMS; titular
da cadeira 23, da Academia Brasileira de Reumatologia

Chuva deve dar trégua entretanto, temperaturas devem ser ainda mais baixas no mês de julho

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