Na tarde de segunda-feira (8) participei em Brasília, enquanto advogado, professor, superintendente e sul-mato-grossense, a convite do presidente Lula, do ato Democracia Inabalada, que ocorreu no Salão Negro do Congresso Nacional, local invadido e vandalizado há exatamente um ano.
O evento teve como máxima exaltar a democracia e repudiar os atos extremistas de apoiadores do Bolsonaro que tomaram e destruíram a praça dos Três Poderes contestando, ilegalmente, o resultado da eleição que elegeu democraticamente Lula presidente do Brasil.
Ao chegar no Congresso imediatamente notei que aquele não se tratava de ato de apenas um partido ou um dos poderes, mas estava diante de evento suprapartidário com a forte presença de representantes dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
O presidente Lula, chefe do Poder Executivo, afirmou que não há perdão para quem atenta contra a democracia. “Todos aqueles que financiaram, planejaram e executaram a tentativa de golpe devem ser exemplarmente punidos. O perdão soaria como impunidade. E a impunidade, como salvo conduto para novos atos terroristas”, afirmou Lula”. Ressaltou, também que, a vitória da democracia sobre o autoritarismo se deu pela coragem de “brasileiros e as brasileiras que se colocaram acima das divergências para dizer um eloquente não ao fascismo. Porque somente na democracia as divergências podem coexistir em paz”.
Alexandre de Moraes, ministro do STF, representante do Poder Judiciário, disse que seguirá investigando e punindo os responsáveis pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Para ele não se pode seguir confundindo “paz e união com impunidade”, bem como, é necessário com urgência punir o populismo digital extremista por meio da regulamentação das redes sociais e o combate à desinformação, que vem corroendo a democracia.
O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco, definiu os atos extremistas como tragédia democrática e que os Poderes seguem vigilantes contra os traidores da pátria que desejam tomar o poder ao arrepio da constituição.
De Mato Grosso do Sul, avistei no evento, as ministras Simone Tebet e Cida Gonçalves e a senadora Soraya Thronicke. Infelizmente o governador e o vice-governador de Mato Grosso do Sul não se fizeram presentes em um ato de defesa da democracia.
Todos que lá estavam saíram com a certeza de que as diferenças políticas não podem ser maior que a democracia e que o 8 de janeiro de 2023 provou que as instituições brasileiras não aturarão atos terroristas que buscam destruir os três poderes por não aceitarem o projeto eleito das urnas.
O presidente encerra o evento e caminha com representantes dos três poderes até uma constituição gigante posta na frente do congresso nacional reforçando que no regime democrático brasileiro não tem espaço para terroristas que atentam contra os três poderes, a urna eletrônica e o processo eleitoral.
Finalizado o evento tive a certeza que a democracia brasileira, após o 8 de janeiro de 2023, saiu inabalada e fortalecida e os três poderes perceberam que práticas extremistas que flertam com o fascismo precisam ser urgentemente combatidas. Escrevo esta coluna voltando para o Mato Grosso do Sul com a certeza que participei de um evento ímpar e que meus filhos e netos terão a certeza que estive e estou do lado certo da história democrática do Brasil. Democracia, sempre!
Por Tiago Botelho.
Confira mais notícias na edição impressa do Jornal O Estado do MS.
Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram.