Venezuelanos na Capital apostam na derrota de Maduro para voltar ao país de origem

Foto: Nilson Figueiredo
Foto: Nilson Figueiredo

Em seu 11º ano no poder e concorrendo à terceira reeleição, Nicolás pode perder a disputa

 

As eleições presidenciais na Venezuela acontecerão neste domingo (28) e o resultado do pleito pode influenciar diretamente na volta de dezenas de venezuelanos que estão morando em Campo Grande para o país de origem.

Nas vésperas do pleito, as pesquisas divergem sobre o resultado e Nicolás Maduro atual presidente, afirma que, se não ganhar as eleições, o país verá um banho de sangue. As perspectivas para a eleição de domingo na Venezuela são difíceis e faltando poucos dias, está acontecendo uma verdadeira guerra entre as pesquisas eleitorais, o que tem dificultado prognósticos sobre o resultado final.

Mato Grosso do Sul abriga 10.827 venezuelanos, superando os imigrantes paraguaios, que totalizam 9.789 residentes. Na Capital boa parte dos venezuelanos querem voltar para o país de origem caso Nicolás Maduro deixe o poder.

Cliene Bonilla de 40 anos, mora há seis no Brasil, ele conta que chegou ao passar a fronteira decidiu vir para Mato Grosso do Sul, mesmo sem família na Venezuela ele pretende voltar. ” Vim embora por causa de Maduro, uma verdadeira guerra quem pode fugir, fugiu. No Brasil passei um ano internado com doenças respiratórias e de pele, agora estou fazendo os documentos tirando a carteira de trabalho e tentar a vida aqui, mas dependendo do resultado das eleições voltou para meus pais”, disse.

Marcos Gonzalez cita que vir ao Brasil foi a melhor decisão, mas sonha com volta à casa – Foto: Nilson Figueiredo

Com a família inteira morando em Campo Grande, Marcos Gonzalez está no Brasil há pouco mais de um ano e para sobreviver pedi alimentos e dinheiro nos semáforos de Campo Grande. “Não é a vida que eu queria, mas sem dúvidas deixar a Venezuela foi a melhor decisão para minha família. Voltar ainda é uma opção se Nicolás sair da presidência esperamos por dias melhores”, ressaltou o morador.

A Venezuela enfrenta um bloqueio financeiro e comercial pelo menos desde 2017, quando potências como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e União Europeia passaram a não reconhecer a legitimidade do governo Maduro.

O país vizinho também passou por grave crise econômica no período, com hiperinflação e perda de cerca de 75% do PIB (Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços produzidos no país), o que resultou na migração de mais de 7 milhões de pessoas.
Desde meados de 2021, o país vem mostrando alguma recuperação econômica. A hiperinflação foi controlada, e a economia voltou a crescer em 2022 e 2023, porém, os salários continuam baixos e os serviços públicos deteriorados.

Pesquisas de intenção de voto indicam que Nicolás Maduro, de 61 anos, em seu 11º ano no poder e concorrendo à terceira reeleição, tem chances reais de ser derrotado.
Seu principal adversário é o ex-diplomata Edmundo González Urrutia, que lidera a corrida presidencial com mais de 50% das intenções de voto, enquanto Maduro conta com cerca de 20%. Além deles, outros oito candidatos estão na disputa.

Venezuelanos no Brasil se mobilizam neste 28 de julho em um ato global

Neste domingo 28 de julho, os venezuelanos ao redor do mundo se unirão em mais de 90 cidades, em uma manifestação histórica e global, para apoiar o candidato presidencial Edmundo González e a líder da oposição, María Corina Machado. O Brasil lidera essa mobilização com o maior número de cidades confirmadas, somando mais de 35 localidades.

 

Por  Thays Schneider

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