Os valores cobrados por dose variam entre R$ 535 e R$ 650
A vacina “Qdenga”, contra a dengue, já está disponível em algumas unidades de saúde particulares de Campo Grande. O imunizante foi aprovado para uso no Brasil pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em março deste ano, mas, inicialmente, só está disponível em clínicas particulares.
Nesse primeiro momento, a vacina está liberada nas clínicas Vaccine Care, Imunitá e nas unidades do Laboratório Sabin. De acordo com uma pesquisa realizada pelo jornal O Estado, os valores variam de R$ 535 a R$ 650, podendo ser pagos à vista, no cartão de débito ou crédito parcelado.
Conforme Nataly Correa Macedo, enfermeira responsável e técnica da Vaccine Care, a procura pelo imunizante está alta, levando em consideração que antes mesmo da vacina chegar, já havia lista de espera de pacientes. “Nós funcionamos em horário comercial, de segunda a sexta, e não precisa de agendamento. Antes da chegada da vacina, nós já tínhamos uma lista de pessoas interessadas nos valores e em outras informações”, ressaltou.
A enfermeira esclareceu que esse imunizante é liberado para pessoas de 4 a 60 anos, que tiveram ou não dengue. “Além disso, é importante ressaltar que são duas doses com intervalo de 90 dias e não pode ser aplicada em pessoas imunossuprimidas, pessoas que fazemquimioterapia ou radioterapia e nem em gestantes e lactantes”, explicou.
Nataly ainda informou que o armazenamento da “Qdenga” é igual ao das outras vacinas e que, como qualquer outro imunizante, ela pode causar reações. “As vacinas são armazenadas em temperaturas que variam de 2ºC a 8ºC e, assim como qualquer outra aplicação, ela pode causar dor local e febre, mas como trata-se de imunização recente, ainda não tivemos nenhuma reclamação”, finalizou.
Segundo o que já foi divulgado pelo jornal O Estado, para a superintendente de saúde da Sesau (Secretaria Muncipal de Saúde Pública), Veruska Ladho, o imunizante é importante, tendo em vista que ele trará todos os benefícios de qualquer outra vacina. “Redução nas chances de complicações decorrentes de uma infecção, redução de internações e óbitos”, reafirmou.
Qdenga
Estudos apontam que a vacina “Qdenga” promete eficácia de 80% para crianças de 4 anos a adultos de 60, e deve ser aplicada em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações.
A vacina é composta por quatro diferentes sorotipos do vírus causador da dengue. A sua produção foi realizada ao longo de quatro anos e meio, testada em mais de 20 mil crianças e adultos, em 13 países da Ásia e América Latina. Segundo os resultados, ela previne 84% das hospitalizações causadas pela doença e evita 61% dos casos de dengue sintomática. Vale lembrar, também, que já existe uma vacina contra a dengue no Brasil, a “Dengvaxia”. Contudo, esse imunizante é indicado somente para quem já teve a doença, protegendo apenas contra uma segunda infecção, que pode ser mais grave e até letal. Diferente do primeiro imunizante, a “Qdenga” pode ser aplicada em pessoas com ou sem infecção prévia e protege o imunizado contra os quatro sorotipos da doença.
Quando estará disponível no SUS?
Para que a vacina “Qdenga” seja disponibilizada na rede pública, o imunizante deve ser avaliado pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde), que analisa a incorporação de novas tecnologias ao SUS, avaliando aspectos como eficácia, efetividade, segurança e impacto econômico da nova tecnologia, com base nas melhores evidências científicas disponíveis. Inclusive, quando questionadas as secretárias estadual e municipal, ambas informaram que o Ministério da Saúde é que tem que disponibilizá-las e ainda que a aplicação tem que ser aprovada dentro do PNI (Plano Nacional de Imunização).“Desta forma, não é competência do município, mas do governo federal”, disse a Sesau, em nota.
Já o Ministério da Saúde garantiu que está acompanhando atentamente o avanço do setor de pesquisas e novas tecnologias que desenvolvem estudos relacionados ao imunizante contra a dengue. “Diante da aprovação do registro sanitário do imunizante pela Anvisa e da aprovação do teto de preço feito pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), o produto deve ser avaliado pela Conitec”, reiterou.
[Tamires Santana– O ESTADO DE MS]
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