Especialista passa orientações para amenizar os sintomas
Com a umidade do ar abaixo de 30%, o período de tempo seco intensifica o aparecimento e a gravidade de doenças respiratórias em Mato Grosso do Sul. Segundo o otorrinolaringologista Dr. Bruno Nakao, da Unimed Campo Grande, essa condição climática favorece o aumento de casos de rinite, sinusite, crises de asma e até pneumonias.
“O ar seco facilita a piora clínica de pacientes com rinite alérgica e não alérgica, além de favorecer episódios mais frequentes de rinossinusites virais e bacterianas, crises de asma nos pacientes alérgicos e até casos de pneumonias”, explica o médico.
De acordo com ele, pessoas que já convivem com doenças respiratórias tendem a sentir ainda mais os efeitos da baixa umidade. “Há uma piora dos casos devido ao ressecamento da mucosa nasal, que é nossa barreira natural. Isso facilita a penetração de vírus e aeroalérgenos, como os ácaros, provocando crises de espirros, obstrução nasal, prurido e coriza”, detalha Nakao.

Foto: Kamila Alcântara
A previsão do tempo nas últimas semanas de agosto foram de variação de nebulosidade devido à atuação de um sistema de alta pressão atmosférica, que manteve o ar mais seco em grande parte do Estado. A umidade relativa variou entre 20% e 40%, o que aumentou a preocupação com problemas respiratórios.
Apesar do predomínio do tempo firme, a passagem de cavados em médios e altos níveis da atmosfera favoreceu a formação de chuvas e tempestades isoladas em algumas áreas. De acordo com o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS), o maior registro de precipitação acumulada em Campo Grande, nos primeiros 15 dias de Agosto de 2025, foi de 16 mm observado no pluviômetro automático do CEMADEN (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) representando 65% abaixo da média esperada para todo o mês de Agosto.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, para o mês de setembro, a chuva deve aparecer com mais intensidade, com a chegada da privamera, no entanto, em algumas regiões do Estado, ainda será necessário ampliar os cuidados com a saúde respiratória. De acordo com o Instituto, para as regiões Centro-Oeste e Sudeste são previstos, volumes de chuva próximos à climatologia. Exceções ocorrem nos setores sudeste e sudoeste de São Paulo, extremo sul de Minas Gerais e sudeste do Mato Grosso do Sul, com estimativas de volumes até 50 mm acima da média. Por outro lado, prevê-se chuva abaixo da média histórica para o setor oeste do Mato Grosso do Sul.
Para amenizar os efeitos do clima seco, Dr. Nakao recomenda cuidados simples, como lavar o nariz com soro fisiológico 0,9%, manter as mãos higienizadas com água e sabão, ingerir ao menos dois litros de água por dia e evitar o acúmulo de poeira em casa.
Crise alérgiva ou infecção viral?
Outra dúvida comum é como identificar se os sintomas estão relacionados a uma crise alérgica ou a uma infecção viral. “A gripe ou resfriado costuma vir acompanhada de dor no corpo, dor de cabeça, febre alta e, às vezes, dor de garganta. Já a rinite alérgica, apesar de ter sintomas parecidos, como coriza e obstrução nasal, não costuma apresentar febre ou dor, mas sim espirros e prurido nasal”, esclarece o otorrinolaringologista.
Quando procurar um médico?
O especialista reforça que alguns sinais indicam a necessidade de buscar atendimento médico, como febre, dor de cabeça ou dor intensa na face, além da piora dos sintomas após cinco dias. Crianças e idosos estão entre os grupos mais vulneráveis e devem redobrar os cuidados. “Esses grupos têm risco maior de casos graves e, por isso, devem ser vacinados contra o vírus da influenza, já que têm maior probabilidade de internação e de desenvolver pneumonia viral”, conclui.
Por Inez Nazira
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