Sisep expõe dificuldade para contratar funcionários para a limpeza da cidade

Foto: Roberta Martins
Foto: Roberta Martins

Com água parada em bueiros, moradores temem proliferação de mosquitos e doenças

 

As fortes chuvas dos últimos dias expuseram diversos problemas de infraestrutura em Campo Grande. Com alagamentos em várias regiões da cidade, o sistema de drenagem tem sido apontado como um déficit grave. Moradores destacam que o acúmulo de lixo e a falta de limpeza das bocas de lobo geram insegurança durante e após os temporais. Entre as principais preocupações estão os riscos à saúde e o mau cheiro provocado pela água parada. Buscando soluções para minimizar os impactos, a Sisep (Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística) discute planos de ação para prevenir novos alagamentos. A pasta também enfrenta dificuldades para contratar funcionários responsáveis pela limpeza da cidade.

As chuvas recentes acumularam mais de 70 milímetros em menos de duas horas e causaram transtornos em diversos pontos críticos, como o Lago do Amor, a Avenida Guaicurus e a rotatória da Coca-Cola. Os alagamentos, contudo, expõem outro problema: falta de manutenção, limpeza e possíveis riscos à saúde agravada por bueiros e bocas de lobo entupidos por lixo ou por falta de proteção.

O aposentado Oswaldo Moraes de Souza, de 65 anos, morador do bairro Vila Progresso e dono de uma borracharia entre a Rui Barbosa e a Rua Trindade, acompanha de perto os problemas causados pelo acúmulo de lixo nas bocas de lobo da região, especialmente a que fica em frente ao seu estabelecimento.

Segundo ele, a falta de manutenção regular compromete a drenagem e contribui para a proliferação de sujeira e pragas, como ratos. Ele relata que a limpeza das bocas de lobo na região ocorre com pouca frequência, agravando a situação, principalmente após períodos de chuvas intensas.

“A prefeitura fez a limpeza faz uns três meses, mas três ou quatro meses não adianta. Eu acho que tinha que ser de dois em dois meses, ou até mensalmente”, afirma. Além disso, Oswaldo lembra que a prefeitura costumava aplicar produtos para o controle de pragas, mas essa ação deixou de ser realizada. Para ele, medidas mais frequentes de manutenção poderiam evitar o agravamento da situação.

O vendedor de espetinhos, Wilson da Paixão, de 66 anos, trabalha há mais de 20 anos em um ponto na esquina da Rua Barão do Rio Branco com a Joaquim Nabuco, em frente a uma lotérica e ao lado da antiga rodoviária. Ele observa que, apesar de a água escoar bem na região, bueiros entupidos podem trazer problemas, principalmente pelo acúmulo de água parada. “Fica parada, sempre tem um cheiro ruim. É perigoso por causa de doença”, afirma.

Medidas e desafios

Para contornar a situação, a Sisep planeja ações e parcerias para adaptar a infraestrutura da cidade a eventos climáticos extremos. O secretário de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, destacou em entrevista à rádio Capital 95 que não há uma solução única para os alagamentos em Campo Grande, pois cada local apresenta um problema específico. Mas garante que a prefeitura já está atuando para restabelecer a normalidade e melhorar a infraestrutura nas regiões afetadas, incluindo o Lago do Amor, a Avenida Guaicurus e a rotatória da Coca-Cola.

Sobre os reparos e limpezas de bocas de lobo e bueiros, a secretaria afirma que mantém equipes fazendo limpeza todos os dias. A pasta ainda aponta que um dos principais problemas enfrentados em dias atuais é o entupimento das bocas de lobo por lixo, principalmente garrafas pet e plásticos. Além de pedaços de concreto, de móveis e até pneus velhos. Miglioli destaca que a falta de funcionários dificulta uma ação de limpeza efetiva na cidade.

“Se você andar hoje pelas ruas de Campo Grande, você vai ver praticamente todas as bocas de lobo tampadas por lixo. A prefeitura precisa ir limpar, concordo com isso, mas a população precisa contribuir. Se a população contribuísse, nós minimizaríamos muito isso. Hoje, a prefeitura não está com uma equipe de limpeza nas ruas de Campo Grande porque nós não estamos conseguindo gente para trabalhar”, esclarece.

 

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