Semáforos ‘amarelos’ transformam cruzamentos em armadilhas

Sinal amarelo - Foto: Roberta Martins
Sinal amarelo - Foto: Roberta Martins

Estes pontos concentram maior número de acidentes na Capital

O desrespeito às regras de trânsito é apontado como a principal causa de acidentes nos cruzamentos da Capital, onde milhares de condutores circulam diariamente. Entre os mais vulneráveis estão os motociclistas, que representam mais de 70% das mortes no trânsito nos últimos oito meses.

Especialistas alertam que, ao se aproximar de um cruzamento, a atitude correta é reduzir a velocidade, independentemente da cor do semáforo. Tentar atravessar rapidamente aumenta significativamente o risco de colisões, enquanto a redução da velocidade garante tempo de reação e ajuda a evitar atropelamentos.

O acidente mais recente ocorreu na manhã de terça-feira (2), quando o assessor parlamentar Wagner de Souza Pereira morreu após um grave acidente em um cruzamento. Diante do aumento dos casos, a 1º Tenente Carla Fernanda Vicente Coutinho Clemente esclareceu pontos importantes sobre segurança viária.

Segundo a tenente, é fundamental que os condutores respeitem a sinalização, tanto vertical quanto horizontal, e fiquem atentos à movimentação de pedestres e veículos, especialmente em cruzamentos sem semáforo.

Em relação ao sinal amarelo, reforçou que ele não indica que o motorista deve acelerar para ‘aproveitar’ o sinal, como muitos ainda fazem. “O amarelo é um sinal de advertência, indicando que o vermelho está prestes a aparecer. Portanto, a atitude correta é reduzir a velocidade e parar com segurança”, explicou.

Cuidados para motociclistas
A tenente Carla Fernanda reforça que os motociclistas são os mais vulneráveis no trânsito e devem sempre usar capacete certificado, roupas claras ou refletivas, manter faróis ligados, respeitar limites de velocidade, manter distância segura e antecipar riscos em cruzamentos e áreas escolares para prevenir acidentes graves.

Dados preocupantes
Entre janeiro e agosto de 2024, foram registrados 2.802 acidentes envolvendo motocicletas, dos quais 2.260 resultaram em vítimas. O número de mortes de motociclistas chegou a 34, representando mais da metade dos 50 óbitos no trânsito no período.
Em 2025, o cenário segue preocupante:
• 3.010 acidentes com motocicletas;
• 2.317 resultaram em vítimas
• 30 mortes de motociclistas, correspondendo a 77% do total de 40 óbitos registrados nos primeiros oito meses do ano.

De cada 10 pessoas que morreram no trânsito neste período, mais de 7 eram motociclistas, enquanto a diferença corresponde a pedestres, ciclistas e condutores de veículos de quatro rodas.

Assessor parlamentar morre em acidente de trânsito na Capital
O assessor parlamentar Wagner de Souza Pereira, de 61 anos, morreu na manhã desta terça-feira (2) após um grave acidente de trânsito no cruzamento da Rua Bahia com a Rua 15 de Novembro, no Bairro Itanhangá Park, em Campo Grande. Ele trabalhava na equipe do vereador Papy (Republicanos), atual presidente da Câmara Municipal da Capital.

De acordo com informações da Polícia Militar, Wagner pilotava uma motocicleta quando foi atingido por uma caminhonete. A colisão transversal arremessou a moto, que ainda atingiu um terceiro veículo estacionado. Apesar das tentativas de reanimação, ele não resistiu e morreu no local.

“Foi uma colisão transversal seguida de um choque. Infelizmente, a vítima veio a óbito ainda no local. Foram tentados os procedimentos emergenciais, ressuscitação cardiopulmonar, mas ele teve uma parada cardíaca e não resistiu”, explicou o tenente Valério, que atendeu a ocorrência.

Segundo ele, ainda será investigado se o motorista da caminhonete estava sob efeito de álcool ou de alguma outra substância. “O motorista não sofreu lesões e deve ser encaminhado à delegacia para prestar esclarecimentos. A perícia já foi acionada e aguarda-se a chegada da pericia”, completou o militar.

Comoção na Câmara Municipal
A notícia da morte de Wagner causou grande comoção entre vereadores e servidores da Câmara Municipal, que interromperam os trabalhos em plenário. O anúncio foi feito pelo vereador Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), durante a sessão ordinária desta manhã.

“Um assessor desta Casa, do presidente, de confiança, teve a vida ceifada nesse trágico acidente. Quero solicitar o encerramento da sessão ou que se mantenha apenas a ordem do dia, em solidariedade ao nosso funcionário e amigo”, declarou Carlão.

O vereador Dr. Lívio Viana de Oliveira (União Brasil) pediu um minuto de silêncio em memória do servidor. Muito emocionado, Papy chorou ao falar sobre o colega de longa data. “Wagnão era uma pessoa extremamente voluntariosa, de caráter e amor ao próximo. É uma perda irreparável. Vamos seguir trabalhando, mas com o coração pesado”, disse o presidente da Câmara.

Por Geane Beserra, com Inez Nazira e Brenda Oliveira

 

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