Prefeitura e governo do Estado negociam repasse para Consórcio Guaicurus e tentam encerrar greve dos ônibus na Capital

Governador Eduardo Riedel se reuniu com secretariado para balando de 2025 - Foto: Brenda Leitte
Governador Eduardo Riedel se reuniu com secretariado para balando de 2025 - Foto: Brenda Leitte

A Prefeitura de Campo Grande e o governo de Mato Grosso do Sul negociam uma alternativa financeira para viabilizar o pagamento ao Consórcio Guaicurus e pôr fim à greve do transporte coletivo urbano, que chegou nesta quinta-feira (18) ao quarto dia consecutivo na Capital. A paralisação mantém a cidade sem ônibus desde a última segunda-feira (15) e afeta mais de 100 mil passageiros diariamente.

O tema foi abordado durante entrevista coletiva concedida na manhã desta quinta-feira pelo governador Eduardo Riedel (PP), que apresentou o balanço das ações de 2025 e as expectativas e planos do Executivo estadual para 2026. Questionado sobre a greve, o governador confirmou que o Estado discute, junto à prefeitura, medidas para enfrentar o impasse envolvendo o transporte coletivo.

Entre as possibilidades em análise está o adiantamento da parcela de janeiro para dezembro, no valor de R$ 3 milhões, referente ao pagamento do passe dos estudantes da rede estadual. O recurso poderia ser utilizado para auxiliar a Prefeitura de Campo Grande a quitar débitos com o Consórcio Guaicurus e, assim, destravar o pagamento dos salários dos motoristas.

O acordo em discussão envolve a divisão da responsabilidade pela gratuidade do transporte estudantil, ficando a prefeitura responsável pelos passes dos alunos da rede municipal e o governo do Estado pelos estudantes da rede estadual. Em julho, o Executivo estadual havia definido o pagamento em quatro parcelas — novembro, dezembro, janeiro e fevereiro — e agora estuda antecipar a parcela prevista para janeiro.

“Estamos estudando essa possibilidade, estamos trabalhando nisso, pois temos consciência do impacto da greve, ainda mais nesse fim de ano”, afirmou o governador Eduardo Riedel.

A paralisação foi aprovada em assembleia realizada na última quinta-feira (11), com a participação de cerca de 200 trabalhadores do transporte coletivo. A categoria reivindica o pagamento integral dos salários, incluindo o adiantamento previsto para o início de dezembro, além do 13º salário e do vale mensal. Mesmo após o Consórcio Guaicurus informar o pagamento de 50% dos salários atrasados, na sexta-feira (12), o movimento grevista foi mantido.

A Prefeitura de Campo Grande afirma que os repasses financeiros ao consórcio estão em dia. Paralelamente às negociações políticas, a crise no transporte coletivo também avançou para a esfera judicial. O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) aplicou multas diárias crescentes ao STTCU (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande) pelo descumprimento das decisões que determinavam a retomada parcial do serviço.

Até esta quinta-feira, o valor acumulado das penalidades ultrapassa R$ 520 mil, somando R$ 20 mil aplicados na segunda-feira, R$ 100 mil na terça-feira e R$ 200 mil nesta quinta. Nas decisões, o desembargador federal do Trabalho César Palumbo Fernandes ressaltou que as multas têm caráter coercitivo, com o objetivo de garantir o cumprimento das ordens judiciais e reafirmar a autoridade do Judiciário.

Enquanto as negociações seguem, a greve continua sem previsão de encerramento, e a população de Campo Grande segue enfrentando dificuldades de locomoção em meio ao impasse entre trabalhadores, consórcio, prefeitura e governo do Estado.

 

Com colaboração da repórter Brenda Leitte

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