Em entrevista ao Jornal O Estado, especialista explicou as próximas etapas do processo de construção; obra já estão 15% concluída
Obra de contenção de enchentes e controle de erosão no córrego Anhanduí, na Avenida Ernesto Geisel, está com 15% da sua parte física executada. O projeto iniciou em setembro deste ano e tem previsão de entrega em meados de 2026, o gerente de infraestrutura da Sisep (Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos), Pedro Marcondes, explica o porquê do longo prazo e o passo a passo de como é realizado o processo na via.
A obra tem como objetivo o controle de erosão do canal, assim evitando o transbordamento do córrego, como também a deterioração da pavimentação. Ao todo, serão investidos R$20.997.679,09 na execução de gabião nas margens do córrego Anhanduí, calçadas, guarda-corpo e recapeamento. O projeto foi lançado em 2011 e passou por várias paralisações.
“A ideia é realmente a gente resolver um problema muito antigo. Já foram feitas muitas obras nesse trecho e nada nunca resolveu, essa solução que, finalmente, a gente encontrou e está sendo definitiva, então a gente vai estar executando para solucionar esses problemas”.
Atualmente, as equipes se encontram no trecho da rua da Abolição até a rua Bom Sucesso, que corresponde a 800 metros, na margem esquerda. Mas, vale lembrar que a Sisep concluiu as obras de contenção de erosão em três pontos críticos às margens do córrego Anhanduí, na Avenida Thirson, na região do bairro Aero Rancho: próximo às ruas Igarapé, Piriá e Urubupungá. Além disso, o gerente de infraestrutura alega que tais obras têm trazido retornos positivos para a população.
“O motivo da sua execução é que a gente tinha naquele trecho desbarrancamentos com frequência, que até comiam um pedaço da pista, então era um risco de segurança. E a outra questão é que aconteciam muitos alagamentos ali, exatamente naquela região. No final de 2017 até 2021, a gente já tinha executado uma parte da obra, que era a margem direita, que é a sentido centro-bairro, fizemos um trecho maior , que era lá da Rua Santa Adélia, que é a do Shopping Norte-Sul, até a Avenida do Aquário. Por enquanto, a gente resolveu o problema dos alagamentos que aconteciam nesse trecho”, esclarece.
Etapas
Para conter a erosão é feito um muro de gabião, que é “uma gaiola feita de arame galvanizado, preenchida com pedra”, explica Pedro Marcondes. Então, basicamente são colocadas pedras de 20 centímetros, organizadas uma por uma, para uma proteção para fazer a segurança do talude, assim evitar o desbarrancamento. Porém, não é apenas isso, a obra é complexa, o gerente de infraestrutura detalhou como é o processo do projeto ao jornal O Estado.
“Para a gente começar esse serviço, que é um peso muito grande sobre o leito do córrego, primeiro temos que escavar, depois a gente joga pedra para estabilizar o fundo, após isso a gente faz um um colchão de gabião, que chama colchão reno, invés de ser uma caixa alta, ela é um colchão baixo, que é para ajudar a dar estabilidade, em cima disso a gente começa a subir essas gaiolas com pedras. Reforçando que a gente não pode simplesmente jogar com máquina material, é um trabalho muito manual, porque a gente tem que pegar cada pedra e ir encaixando”.
Sobre a previsão de entrega, Pedro pontua que o prazo é longo, mas necessário, uma vez que o processo é muito trabalhoso. Além disso, revela que por conta do tempo favorável em Campo Grande, com pouca chuva, a equipe está avançando rapidamente no processo. E, por fim, lamenta o transtorno aos moradores e usuários da via, mas reforça a necessidade da obra para o bem comum.
“Não é um serviço rápido, o prazo da obra de conclusão é fevereiro de 2026, é um prazo longo, são 540 dias, mas são necessários. Inclusive, está adiantada no cronograma, pela previsão inicial no momento da licitação, era para a gente ter 6,3% da obra concluída. É uma via muito movimentada, então a gente sabe que causa um transtorno para a população e para os usuários. Infelizmente, toda obra gera transtorno, mas a gente tem que resolver de uma vez por todas o problema dessa vida”.
PAC de R$ 150 milhões
Ainda em entrevista ao jornal O Estado, Pedro alegou que a intenção da Prefeitura de Campo Grande é revitalizar o córrego por inteiro. Contudo, para isso é necessário desembolsar uma quantia alta, só com o recurso municipal não é possível, então o poder executivo recorreu ao programa federal, o PAC.
“Existe já uma previsão de continuação, de revitalização da Ernesto Geisel, do córrego em seu comprimento total, só que esse ainda é projeto futuro. Foi encaminhado na nova proposta de PAC, que o Campo Grande estava tentando pleitear R$150 milhões, que seria o custo mais ou menos estimado para a gente fazer a recuperação de todo o córrego, até a Avenida Campestre. Então isso aí a gente ainda tá aguardando, o município está trabalhando em função disso”, adianta.
Por Inez Nazira
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