Obras na Avenida Bandeirantes seguem inacabadas e causam confusões diariamente

Foto: Inez Nazira
Foto: Inez Nazira

Em “comemoração” ao aniversário de Campo Grande, que será na próxima segunda-feira (26), a equipe do jornal O Estado está elaborando uma série de reportagens, nesta edição ouvimos os empresários sobre a obra inacabada na Avenida Bandeirantes. O corredor de ônibus que nunca foi finalizado, muito menos ativado, vem causando grandes confusões na população campo-grandense, até mesmo acidentes graves. Proprietários sentem o prejuízo há anos causado pela obra e mostram a insatisfação com a Prefeitura.

O projeto previa uma reforma total da via, construção de um corredor de ônibus e instalação de pequenos terminais em ilhas, na faixa esquerda da avenida. Foram investidos na Avenida Bandeirantes, incluindo drenagem, recapeamento, sinalização e implantação de sete estações de pré-embarque no corredor do transporte coletivo, R$ 6.462.933,73 oriundo do PAC Mobilidade e R$ 2.297.378,94 de contrapartida do Governo do Estado.

A obra foi parada na pandemia, em 20202, e não foi concluída até hoje. Mas um dos focos principais da discussão atual é o fechamento de 70% das vagas de estacionamento, os comerciantes sentiram no bolso a falta de local para parar.

“Quando a gente chega de manhã aqui, a gente não consegue nem parar o carro para abrir a loja. Nem mesmo se a gente chegar cedo. Além disso, tem que pôr o carro em cima da calçada. Eu mesmo já fui multado três vezes aqui nesta rua. Os caras multam, porque não podem parar aqui, mas fica ruim para nós. Eles multam mesmo sem a passagem do ônibus, sem essa faixa exclusiva estar ativada, que na realidade nem foi finalizada, então não deveriam cobrar”, relata o proprietário local, Maicon Cochev.

Maicon não é o único que se sente prejudicado com a faixa. De acordo com dados da Prefeitura Municipal, em 2019, quando a obra começou a ser realizada, havia mais de 600 CNPJ na Avenida Bandeirantes, que juntas somavam 6 mil empregos diretos e 24 mil empregos indiretos. “Tinha uns canteirinhos para parar aqui, arrancaram tudo, depois disso só piorou para gente. Todo mundo está reclamando disso, a gente perdeu bastante. E não é só os proprietários que param nessa faixa, os trabalhadores, até os clientes também, isso que muitas vezes não conseguimos parar”, continua o empresário.

O proprietário da loja de venda de carros alerta que quando foi instalado essa faixa houve muito prejuízo para os donos das lojas e reforça que não apoia a ativação da faixa exclusiva de ônibus, nem da faixa amarela do lado esquerdo. “Não é válido essa obra aqui, porque a gente sabe que tá atrasando bastante e fica nessa confusão, o pessoal para mesmo sem saber se pode ou não pode. E quando começar a funcionar aqui, e for só a faixa de ônibus, vai complicar, vai atrapalhar demais. Fora que tem muito acidente que acontece aqui, do lado daquela construção, que era para ser a ilha do ponto de ônibus, os motoqueiros passam rasgando a lateral, uma pessoa até morreu outra pessoa nessa esquina”.

Mauro Mincarone é funcionário de uma das empresas que têm negócio na Avenida em questão. Ele questiona a falta de planejamento para uma obra como essa, além do interesse público em saber a opinião dos trabalhadores e moradores da região.

“Evidentemente quando você tira o estacionamento que não tem, o consumidor não tem onde estacionar, ele segue em frente, ele não para nas lojas. E com isso a gente acaba acarretando prejuízo, deixamos de vender. Então, essa faixa não é ideal aqui. Esse é um projeto muito mal executado, não favoreceu em nada aos comerciantes. Projeto que fizeram sem consultar a opinião pública, não aprontaram até hoje, porque isso faz mais de dois anos que está aí, atrapalhando, causando acidente”

A reportagem do jornal O Estado ouviu outro funcionário, que não quis ser identificado, mas alegou ter visto vários acidentes também e comentou sobre a confusão que a faixa amarela vem provocando ao longo desses anos.

“Em certas partes estão pintadas, outras não, e tem umas que interferem muito, porque os ônibus ainda não estão andando na parte de lá, então acontece muito acidente. Do outro tá pintado, mas os ônibus não andam, eu não entendo. Tem muita gente que fica confusa com essa faixa, se pode parar, se não pode. Deixamos de faturar com essa faixa, tem gente que deixou de comprar porque não teve lugar pra parar”.

A equipe do jornal O Estado teve acesso a outros relatos, porém a pedidos pessoais não vão entrar nessa edição. Alguns proprietários afirmaram que foram perseguidos após fazer suas queixas aos outros veículos de comunicação. Outros também contaram que todo dia são vítimas de agressões verbais diariamente por conta da confusão da faixa esquerda da via.

Por Inez Nazira

 

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