Mulher de 59 anos está sendo acusada por moradores de condomínio localizado na Avenida Prefeito Heráclito Diniz de Figueiredo, na região do Monte Castelo, em Campo Grande, de cometer atos racistas, gordofóbicos e homofóbicos contra vizinhos e funcionários do local.
O caso foi parar na delegacia, na noite desta quarta-feira (11), após o professor Everton Gama da Silva, de 23 anos, relatar que estava entrando no bloco onde mora, quando foi impedido pela mulher que tentou fechar a porta na “cara dele”. Ao segurar a porta, foi questionado sobre “quem é você?”.
O docente afirmou que era morador como ela, momento em que foi ofendido pela vizinha de “você é uma lata de banha e um viadinho”. O jovem contou que tentou gravar as ofensas, mas no vídeo a agressora apenas diz “você ouviu”. Além desse ataque, o professor relembra outro caso envolvendo a mesma mulher, mas desta vez, de racismo.
No grupo do condomínio em um aplicativo de mensagens, durante conversa com outras pessoas, a moradora manda um áudio se referindo a outra mulher como “nega de cabelo duro”. “Pode falar para ele que não é tão importante assim para gente por o nome dele de primeira, tá. E pode ficar tranquila, nega do cabelo duro, seu marido tá saindo fora, não se preocupa não”, disse em áudio, que foi excluído minutos depois pela própria acusada, mas salvo antes de ser apagado.
Em outubro deste ano, uma funcionária que realizava a limpeza do andar onde a acusada mora, foi ofendida ao ser questionada do porquê de ter água na porta do apartamento dela. “Gente da sua raça só serve para fazer isso mesmo. Vocês só vieram ao mundo para trabalhar com isso”, disse a moradora em mais um episódio de racismo.
À época, o condomínio chegou a emitir nota para os mais de 2 mil moradores, sobre a situação. “Essa moradora, de modo extremamente desrespeitoso e sem qualquer justificativa, proferiu insultos de cunho racial e palavras depreciativas à funcionária, que no momento estava executando seu trabalho de manutenção do prédio. O ocorrido foi testemunhado por outros quatro moradores, que também ficaram profundamente incomodados e solidários à colaboradora. Alguns desses moradores também foram agredidos verbalmente e vítimas de homofobia, conforme seus respectivos relatos. Ressaltamos que a administração deste condomínio repudia veementemente qualquer ato de discriminação e racismo. Nada justifica esse comportamento”.
O caso registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro como injúria qualificada pela LGBTFobia deverá seguir para Justiça, onde será analisado. Se condenada à pena máxima, poderá pegar até cinco anos de cadeia, em regime fechado, além de pagamento de multa. A mesma pena é aplicada para os casos de racismo.
Confira o vídeo gravado pela vítima durante discussão, abaixo:
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