“Para fugir do Leão, os brasileiros são levados a arriscar com o Tigre. O Estado deveria proteger o cidadão e permitir que, com seu trabalho, ele evoluísse economicamente”, afirma a presidente da FCDL-MS, Inês Santiago
No Brasil, o “jogo” entre o Tigre e o Leão é a realidade financeira de milhões de brasileiros. De um lado, o Leão, simbolizando o Estado e sua pesada carga tributária, que em 2024 atingiu 32,32% do PIB, o maior nível em 15 anos. De outro, o Tigre, representando alternativas de ganho rápido, como apostas virtuais, que se tornaram uma saída atraente frente à impossibilidade de garantir uma vida confortável apenas com salários médios.
A presidente da FCDL-MS, Inês Santiago, explica que essa disputa mostra um problema estrutural: “Para fugir do Leão, os brasileiros são levados a arriscar com o Tigre. O Estado deveria proteger o cidadão e permitir que, com seu trabalho, ele evoluísse economicamente. Mas quando a tributação consome 40%, 50% ou até 60% da renda, o efeito é inverso: limita oportunidades, restringe o consumo, dificulta investimentos e sufoca a mobilidade social. É natural que as pessoas busquem alternativas, mesmo arriscadas, para tentar melhorar de vida”.
O impacto vai além do bolso do trabalhador. Para o varejo e os pequenos negócios, o Leão significa menos circulação de dinheiro e um consumidor cada vez mais cauteloso. Ao mesmo tempo, o crescimento das apostas virtuais ilustra como recursos que poderiam dinamizar o comércio formal acabam migrando para plataformas de entretenimento financeiro, muitas vezes sediadas fora do país. Estima-se que mais de 22 milhões de brasileiros tenham apostado online apenas no último mês, com gastos mensais entre R$ 100 e R$ 3.000, dependendo da faixa etária.
A metáfora revela ainda um paradoxo: o risco do Tigre é visível, mas passageiro; o Leão é silencioso e persistente. “Não se trata de valorizar ganhos rápidos, mas de evidenciar que o Estado, ao falhar em criar condições para o desenvolvimento do cidadão, empurra parte da população para alternativas instáveis”, explica a presidente da FCDL-MS.
Para a Federação, a solução passa por políticas públicas que combinem arrecadação com promoção de mobilidade social, educação financeira e incentivos ao varejo. Somente assim será possível reduzir a pressão sobre o cidadão e garantir que o crescimento econômico não dependa do acaso, mas do trabalho, da iniciativa e da proteção do Estado.
*Com informações de Assessoria
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