Instituições e produtores rurais se unem para solidificar a pecuária sustentável no Pantanal

Fotos: Nilson Figueiredo
Fotos: Nilson Figueiredo

Encontro reuniu pesquisadores e especialistas para debater soluções para o Bioma

 

O projeto Pontes Pantaneiras tem como um dos objetivos tornar o Pantanal mais sustentável, incluindo nessa ação a pecuária. Pensando nisso, ontem (9) foi iniciada a IV, e última, oficina que visa discutir estratégias para colocar em prática o propósito do grupo, que contou com a participação do Empresário e proprietário do Jornal O Estado MS, Jaime Valler.

Na III oficina foram levantados cinco obstáculos sobre os indicadores de sustentabilidade. Esses pontos foram abordados com o intuito de solucionarem as problemáticas.

“Precisamos organizar a parte estrutural de uma comunicação para que não haja ruído, para que a gente consiga, dentro dessa ação que é desenvolvida dentro do Pantanal com os produtores sejam mostrados para a sociedade. A ciência técnica também é importante dentro desse projeto, temos os técnicos fazendo visitas mensais nessas propriedades e é um desafio fazer assistência técnica no Pantanal, por conta de toda a diversidade”, explica Marcos Carvalho, analista de pecuária do núcleo técnico do sistema FAMATO (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso).

O Pantanal tem 95% da sua área ordenada por produtores rurais, ou seja, são terrenos privados. Além disso, 83% do bioma é preservado. Para Marcos, essa é uma conquista, pois durante 300 anos o homem conseguiu manter a região conservada. A ideia do projeto, de acordo com o integrante, é continuar neste caminho.

“O objetivo geral é construir pontes. O Pantanal realmente necessita da pecuária, por quê quando você tem uma propriedade estruturada, com pessoas, com o gado fazendo o manejo correto, a gente consegue observar que com qualquer início de fogo essas pessoas já vão dar o primeiro passo para o combate. Por isso, essa iniciativa das Pontes Pantaneiras tem sido bem interessante, para trazer diálogo, comprovar o quanto a pecuária no Pantanal já é sustentável e como que a gente consegue organizar a sociedade e apresentar isso para o mundo”, destaca.

A Pontes Pantaneiras é uma realização do IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas), Embrapa Pantanal, Universidade Colégio de Londres (UCL), Smithsonian e Ágora. Conta com o apoio institucional da Fazenda Barranco Alto e apoio financeiro da e Pew Charitable Trusts.

Foto: Nilson Figueiredo

Diálogo, produção e União

O Pontes Pantaneiras começou em 2018, ao longo dos anos teve diversas ações para o. A coordenadora do projeto, Cristina Tófoli, pontua que para validar a ação foram necessárias três frentes, pensando nos diálogos, na união de instituições e produtores rurais para a pecuária sustentável e a conservação do território, preservando a natureza, economia e a cultura.

“Na oficina surgiu a necessidade de um aumento de diálogo para a sustentabilidade e conservação do Pantanal. Então, em 2022, a gente retomou a articulação para buscar recursos e começar a implementar essa iniciativa que busca promover diálogo, para a partir disso pensar em estratégias e ações para serem conduzidas pelos diversos setores que participam das ações”, explica.

Títulos de compensação

Através do movimento, o estado de Mato Grosso do Sul, através do IMASUL (Instituto de Meio Ambiente) trabalha nesse momento com o estado de São Paulo, estudando a compensação do déficit de áreas de preservação no estado de São Paulo, dentro de Mato Grosso do Sul.

“A ideia é que a gente possa ter os títulos de cota de compensação de reserva comercializados ou arrendados para produtores rurais do estado de São Paulo, ajudando São Paulo a compensar o déficit que existe nele, em contrapartida há um superávit que Mato Grosso do Sul possui. Entendemos que essa pode ser uma alternativa importante de renda para os produtores rurais que tem excedente de reserva e nesse momento a gente trabalha para formalizar esse acordo”, destaca, Arthur Falcette, secretário-executivo do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul.

 

Por Inez Nazira

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