O HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) deixou de realizar atendimentos por demanda espontânea no PAM (Pronto Atendimento Médico) a partir desta segunda-feira (18). Com a mudança, o hospital passa a atender apenas pacientes encaminhados pela Central de Regulação, conforme anunciou a SES (Secretaria de Estado de Saúde).
Segundo o presidente da Aphems (Associação de Pessoas com Hemofilia do Mato Grosso do Sul), Neder Gustavo dos Santos, a paralisação do pronto atendimento no Hospital Regional preocupa a comunidade de pacientes hemofílicos, especialmente em casos de traumas ou sangramentos internos, que muitas vezes são ocultos.
“A gente vai direto para o hospital, porque precisa de exame de imagem, e dentro do município não tem. Levar um paciente com sangramento ou depois de uma queda para uma UPA demanda tempo, e esse tempo é perigoso para a vida dele”, explicou.
No entanto, em nota enviada ao O Estado, o Hospital Regional orienta que, em situações de urgência, os pacientes devem procurar a unidade de saúde mais próxima de sua residência. No HRMS funciona apenas um ambulatório específico para acompanhamento de hemofílicos, vinculado ao Hemosul. Em Campo Grande, o HUMAP (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian) é a unidade de referência para os atendimentos de urgência nesses casos.
Neder ressaltou que as UPAs não possuem hematologistas, nem a medicação necessária para atender hemofílicos em urgências. “A medicação vem do Estado e só temos estoque planejado para atendimentos dentro de hospitais, como o Hospital Regional, a Santa Casa e o Hospital Universitário. É preciso um tratamento mais efetivo nesses casos, que o município não consegue oferecer”, afirmou.
A instituição reforça que o atendimento de pacientes encaminhados por outras unidades já está previsto desde 2019, dentro do Plano de Ação Regional da Rede de Atenção às Urgências e Emergências. Essa organização, destaca o hospital, segue os princípios do SUS e garante a hierarquização da assistência.
Segundo o HRMS, não haverá exceções: mesmo pacientes com doenças crônicas ou raras que demandem atenção de alta complexidade deverão seguir o fluxo regulado. Em casos de urgência, a orientação é procurar as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) ou CRS (Centros Regionais de Saúde), que funcionam 24 horas. Quando necessário, após o atendimento inicial, essas unidades farão o encaminhamento ao HRMS ou a outro hospital de referência.
Por Suelen Morales e Geane Beserra
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