Fiéis buscam a intercessão de Santo Antônio para se casarem

Foto: Iludtrativo/ Prefeitura de Campo Grande/Divulgação
Foto: Iludtrativo/ Prefeitura de Campo Grande/Divulgação

Festividades do Padroeiro movimentam a Capital com alegria e arraiás

 

Neste 13 de junho, Dia de Santo Antônio, uma das tradições mais famosas, especialmente, em Campo Grande, é comer o bolo feito em homenagem ao santo e procurar, com fé, pelas alianças (que em outros lugares é substituída por uma imagem de prata do santo) colocadas no meio dos pedaços distribuídos aos fiéis. De acordo com o catolicismo, quem encontrar uma delas conseguirá se casar em breve. 

Com esta promessa e pedindo a intercessão de Santo Antônio, uma das fiéis que vai comer o bolo feito na Catedral de Nossa Senhora da Abadia e Santo Antônio de Pádua, será a jornalista Keyla Karolina dos Santos, de 23 anos. 

Sonhando em se casar na Igreja, ela compra o Bolo de Santo Antônio desde 2021, na esperança de encontrar uma das 3 mil alianças distribuídas entre os bolos. A tradição é mantida junto com sua mãe, mas, até hoje, nenhuma das duas encontrou o objeto tão procurado.

“Sou católica desde criança e minha fé em Santo Antônio é bem grande, pois conheço várias pessoas que encontraram a aliança e logo conheceram alguém e, se eu achar, vai me ajudar a ter esperança em conhecer uma pessoa legal”, conta. 

Para enriquecer ainda mais a busca pelas alianças, este ano, a Catedral acrescentou, além dos 3 mil anéis, outros dois pares de alianças de ouro entre os pedaços vendidos, despertando o interesse de vários casais que estão namorando ou noivos. A pretensão é encontrar algum dos pares para usá-lo no dia do casamento.

Lara Camila Lopes e Gabriel Enrique Derossi, namorados há 4 anos, formam um desses casais que irão comprar o bolo em busca do par de ouro para que, finalmente, fiquem noivos e se casem. De acordo com ela, ainda não houve um pedido formal, mas o casal concordou que o matrimônio será oficializado em 2026. 

“Queremos encontrar a de ouro porque vamos casar ano que vem, então, encontrar um desses pares seria muito bom, além de estar abençoada em nome do santo casamenteiro”, afirmou.

Casamento abençoado por Santo Antônio

Encontrar a aliança no bolo não é o único jeito de receber a interseção de Santo Antônio para se casar. Há também fiéis que realizam a trezena, que consiste em um período de 13 dias, a contar a partir do dia 1º de junho, em que rezas são feitas ao santo, pedindo por alguma graça a ser alcançada.

Deise Helena Vieira Buainain, de 41 anos, frequenta a Catedral desde 2009, e é uma das fiéis que conquistaram o sonho de se casar por meio de orações a Santo Antônio. De acordo com ela, até hoje ainda pede a intervenção dele quando há questões no casamento ou na família.

“Sempre que tem alguma coisa que não está legal, ele consegue mandar um sinal e está sempre amparando a gente. Então, para mim, ele é o santo intercessor do meu casamento, da minha vida como mãe e do meu lar. Ele é o santo protetor do matrimônio e sempre estamos pedindo as bênçãos dele”, disse. 

Fama de casamenteiro?

O padre Rafael Gustavo Lopes, pároco da Paróquia Universitária São João Bosco, explica que a virtude de casamenteiro de Santo Antônio vem de um milagre que fez ao atender o pedido de uma jovem, que recorreu ao santo para conseguir um bom dote e, finalmente, se casar. 

“O milagre do dote não foi um milagre ‘do céu’ após sua morte, mas um gesto milagroso e caridoso feito por ele mesmo em vida, resultado de sua compaixão e capacidade de mobilizar ajuda divina e humana”, explica o padre Rafael

Ainda de acordo com o padre, a fama de casamenteiro do padroeiro de Campo Grande vai além das paredes da igreja, chegando a toda população e criando crenças populares, sendo celebrado até por quem não segue os ritos e a fé católica. 

Isso acontece porque a figura de Santo Antônio se tornou símbolo de cuidado, escuta e ajuda, principalmente nas causas do amor, da família e da vida afetiva.

Ações sociais aproveitam oportunidade de fortalecimento

Campo Grande vive mais uma edição do Arraial de Santo Antônio, um dos eventos mais tradicionais e esperados da cidade. Mas além da música, da dança e da religiosidade que embalam os quatro dias de festa na Praça do Rádio Clube, o evento também se transforma em um importante instrumento para os projetos sociais da Capital.

A festa oferece às entidades sociais uma oportunidade valiosa: arrecadar recursos para manter suas atividades. É o caso da Associação de Pais e Amigos do Autismo, representada por Neide Salvador, que participa desde a primeira edição. A barraca da associação oferece cachorro-quente, arroz-carreteiro, quentão e pratos à base de milho.

“Ano passado foi bastante significativo para a gente. Toda a arrecadação é destinada ao pagamento de profissionais, água, luz e outras despesas da associação. Se não chover, a nossa festa vai ser linda”, comentou Neide, com os olhos brilhando de expectativa.

A ONG Fúria do Tigre, que realiza o projeto Tocar, voltado à educação musical e à formação cidadã de jovens da região do Noroeste, também marca presença no Arraial. Nany Amorim, uma das coordenadoras, destaca a importância da festa para manter viva a missão da entidade. 

“O recurso ajuda a pagar o contador, CNPJ, pendências e taxas. Com isso, conseguimos continuar atendendo a comunidade. E quem vier na nossa barraca vai experimentar o melhor caldo de puchero da cidade”, brinca.

SERVIÇO: A programação começa às 06h30 com a bênção do tradicional bolo de Santo Antônio, seguida da distribuição dos bolos que acontecerá até às 13 h.

 

Ana Clara Santos e Inez Nazira

 

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