Estudo aponta que fumaça vinda do Pantanal para a Capital é 10 vezes mais tóxica

FOTO:  MARCOS MALUF
FOTO: MARCOS MALUF

Pesquisas recentes indicam que os incêndios florestais liberam grandes proporções de aerossóis orgânicos, geralmente em escalas submicrométricas, que são mais tóxicos do que as emissões de outras fontes devido à sua composição química e tamanho. Com isso, a poluição do ar tem impactos diretos na saúde das crianças, podendo contribuir para a menor inteligência e para quadros de leucemia infantil. O desenvolvimento pulmonar é prejudicado, o que leva ao comprometimento dos pulmões na idade adulta.

Dados recentes divulgados pela Ecoa indicam que a poluição do ar tem relação com 19% das mortes cardiovasculares e 21% de todas as mortes por acidente vascular cerebral. Existem indicações de associação da poluição do ar com câncer de bexiga e leucemia infantil. O desenvolvimento pulmonar na infância é prejudicado pela exposição a poluentes atmosféricos, o que leva a comprometimento dos pulmões quando adultos. Outras associações: redução da função cognitiva, aumento do risco de demência, atraso no desenvolvimento psicomotor e menor inteligência infantil. Vários estudos relacionam a poluição do ar com a prevalência, morbidade e mortalidade do diabetes mellitus, problemas com o sistema imunológico, problemas de osteoporose e fraturas ósseas, conjuntivite, doença do olho seco, doença inflamatória intestinal, doenças de pele atópicas, acne e envelhecimento da pele.

Considerando que partes do Brasil têm sido submetidas durante meses, nas 24 horas do dia, à fumaça tóxica dos incêndios florestais, é de se esperar um quadro agravado de saúde da população para os próximos anos, levando em conta o que foi apresentado pelo “Forum of International Respiratory Societies’ Environmental Committee”.

É preciso considerar que as queimadas e os incêndios florestais podem ser contidos, carecendo, porém, de difíceis mudanças culturais e ideológicas que contaminam as políticas na área, levando a desastres como os atuais na América do Sul.

A reportagem do jornal O Estado conversou com Widinei Alves Fernandes, ele é doutor em geofísica espacial e professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Segundo ele, as queimadas no Pantanal têm afetado diariamente a qualidade do ar na Capital. “Só deve melhorar quando chover. Nos últimos 30 dias, apenas 5 tiveram uma boa qualidade do ar, isso é o resultado de meses de queimada”, afirmou. (Com informações Ecoa)

Por Thays Schneider

 

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