Um dia após a confusão envolvendo a deputada federal Camila Jara (PT) e policiais militares, durante fiscalização em bares na Rua 14 de julho, em Campo Grande, na madrugada desse domingo (22), a Aspra/MS (Associação dos Praças da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul) emitiu nota de repúdio quanto aos atos da parlamentar, que viralizaram em vídeos e fotos nas redes sociais.
No documento, a associação afirma que Camila “interferiu e instigou pessoas a se oporem ao trabalho de fiscalização realizado pela Polícia Militar”, destacando que a presença dos agentes no local se referia a averiguação de denúncias de perturbação do sossego público e uso de entorpecentes.
“A atuação da Polícia Militar segue critérios técnicos e legais, e disseminar informações errôneas contribui para o enfraquecimento da confiança na instituição e para a desinformação da sociedade. Essa conduta não só deslegitima a autoridade policial, mas também coloca em risco a segurança dos agentes e da sociedade”, afirma.
Além disso, a nota pontua que essa não é a primeira vez que a deputada tem embates direto com policiais militares em eventos, se referindo à outra ação ocorrida durante a pandemia da covid-19, quando restrições eram impostas em eventos com aglomeração de pessoas.
“Infelizmente, não é a primeira vez que nos deparamos com tal postura da referida parlamentar. Quando vereadora, Camila Jara se posicionou de forma semelhante contra uma ação da Polícia Militar em uma festa LGBT, que estava descumprindo as medidas de segurança estabelecidas para conter a disseminação da COVID-19”, destacou.
Por fim, a nota repudia a ação praticada por Camila Jara, ressaltando que a corporação atua em conformidade com a lei, visando garantir a ordem, segurança e a tranquilidade da população. “Atitudes como as da Deputada enfraquecem o trabalho da corporação e promovem um discurso irresponsável, que vai na contramão do respeito às instituições e à cidadania”, finaliza.
Já o 1º Batalhão da Polícia Militar, destacou em nota que o objetivo da equipe era o de coibir a contravenção de perturbação do sossego e trabalho alheio, além do crime de poluição sonora.
“A PMMS recebe diariamente inúmeras denúncias, via 190, de perturbação do sossego e poluição sonora, bem como constatou aumento no número de crimes contra o patrimônio em regiões próximas a esse tipo de estabelecimento. Os proprietários de bares na região da rua 14 de Julho já foram orientados e participaram de reunião com representantes da segurança pública sobre a necessidade de cumprirem os horários e especificações dos alvarás de funcionamento que possuem, bem como sobre as ações da PM nesse caso. Por isso, em eventuais fiscalizações, sempre é pedido a apresentação dos alvarás para garantir o devido cumprimento das prescrições estabelecidas”, disse.
A corporação afirma, ainda, que “não há que se questionar os procedimentos da equipe policial de serviço, que agiu dentro da legalidade, e de forma responsável”. Em vídeo que circula nas redes sociais, Camila Jara aparece questionando policiais militares quanto à presença dos agentes em outros bares da cidade. “Aqui vocês vem? Então vocês estão com preconceito de classe?”, disse a parlamentar aos policiais.
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