Despejadas de área pública, famílias não tem para onde ir no Jardim Los Angeles

Área invadida na Rua Brígida de Melo, no Jardim Los Angeles, Na Capital - Foto: Marcos Maluf
Área invadida na Rua Brígida de Melo, no Jardim Los Angeles, Na Capital - Foto: Marcos Maluf

Cerca de 70 famílias foram despejadas em ação de retirada de invasores de área pública na manhã desta segunda-feira (13), na Rua Brígida de Melo, no Jardim Los Angeles, na Capital. A ação aconteceu por volta das 9h com intervenção de viaturas do GPI (Grupo de Pronta Intervenção) da Guarda Civil Metropolitana e também retroescavadeira da prefeitura.

Às famílias começaram a construir os barracos na última sexta-feira (10), entre eles, idosos, mulheres e crianças. É o caso do mecânico Cristirony Araujo da Silva, 41, que levantou um cômodo para esposa, três filhos com idades de 11, 16 e 22 anos. Além do genro. Ele diz que está sem emprego e não tem condições de pagar aluguel.

“Quando os Guardas Civis chegaram agora de manhã, não perguntaram nada, simplesmente falaram para sair que a retroescavadeira iria derrubar os barracos”, lamentou Cristirony.

Grupo de Pronta Intervenção da GCM esteve no local

Ele continua dizendo que os agentes da GCM ainda agiram de forma truculenta com as pessoas que estavam no local. “O Guardas Civis apontaram armas e ainda jogaram bombas de efeito moral. Aqui tem crianças, mulheres e pessoas de idade. Não estamos fazendo arruaça e sim queremos apenas ter um dos direitos descrito na Constituição o de ter moradia”, afirmou.

O mecânico afirma que tem inscrição nas agências de habitação, tanto do Estado, quanto da prefeitura de Campo Grande. “Há 15 anos sou inscrito nos programas de moradias populares, mas nunca fomos sorteados. Por isso estamos lutando para não ter de ficar na rua que é nosso destino, pelo menos, por agora”, lamentou.

Por outro lado, e também sem saber para onde ir com a esposa que está grávida de apenas três meses, outro morador do local, de 26 anos, que pediu para não ser identificado, diz se sentir de mãos atadas. “Eu saí para fazer um bico de manhã para garantir pelo menos uma refeição e quando dei por conta minha esposa me avisou que estavam derrubando os barracos e enterrando tudo”, explicou.

Ele afirma que os agentes da GCM agiram com violência e apontaram arma para o rosto de sua esposa. “Eles manusearam arma apontada para o rosto da minha esposa que esta grávida e nem se quer deram explicações. Estamos nos sentindo como sacos de lixos que foram jogados na rua. Agora vamos ficar aqui em frente da área até saber o que a prefeitura irá fazer para nos ajudar”.

Advogado representando a prefeitura de Campo Grande esteve no local para intermediar situação- Foto: Marcos Maluf

Em vídeo enviado ao O Estado Oniline, uma moradora, descreve a reintegração e diz que acordaram com o barulho da máquina derrubando tudo e assutados com o som das bombas de efeito moral.

Participaram da ação de retirada de invasores de área pública posse duas viaturas da GCM (Guarda Civil Metropolitana), além de uma máquina retroescavadeira que foi usada para derrubar as construções de madeira.

 

O que diz a Prefeitura

A Prefeitura Municipal de Campo Grande, por meio da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) esclarece que o local citado trata-se de uma área pública, portanto, conforme o Código de Polícia Administrativa – Lei n. 2909 invasão de área pública trata-se de ato infracional, Artigo 5º, § 2º “Verificada a invasão de logradouro público, o Executivo Municipal promoverá as medidas Judiciais cabíveis para pôr fim a mesma”, desta forma, constatada a ocupação indevida da área pública, por meio de invasão, são tomadas as providências cabíveis ao caso sendo a retirada dos invasores.

Ação com apoio da GCM

Entramos em contato com a assessoria da Guarda Civil Metropolitana que informou apenas que nestes casos a ação é somente apara apoiar a secretaria e manter a ordem no local.

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Matéria editada às 17h31 para acréscimo de informação.  

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