A auditora do meio ambiente Silvia Rahe Pereira irá apresentar o planejamento técnico na área urbana
Com experiências de sucesso em arborização urbana, na próxima segunda-feira (17), a Semades (Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável) irá representar Campo Grande) na COP30 (30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), em Belém (PA).
No painel “Florestas urbanas no foco das NDC: uma infraestrutura essencial para moldar a resiliência das cidades do Sul Global”, idealizado pela USP (Universidade de São Paulo) em parceria com a Secretaria-Geral da Presidência da República, que será realizado na Zona Verde da COP30, a partir das 9h30, a auditora do meio ambiente Silvia Rahe Pereira irá apresentar aos espectadores como o planejamento técnico de arborização urbana contribuíram com o bem-estar da população da Capital, fazendo com que Campo Grande ganhasse o título de Tree City of the World (Cidade Árvore do Mundo) por seis anos consecutivos.
Como painelista, Silvia também irá compartilhar o modelo de governança, planejamento e resultados obtidos com as políticas de arborização desenvolvidas pela Prefeitura de Campo Grande. Também faz parte do painel a apresentação de dados técnicos de projetos como o “Via Verde”, que realiza plantios em larga escala priorizando bairros mais vulneráveis, e o Viveiro Municipal “Flora do Cerrado”, responsável pela produção de mudas de plantas nativas e frutíferas.
Silvia afirma que essa ainda é uma oportunidade de fortalecer a visão de que plantar árvores nas cidades é parte essencial das estratégias de adaptação climática diante do cenário preocupante que é observado atualmente.
“Campo Grande demonstra que investir na floresta urbana é investir na qualidade de vida, na saúde e na resiliência das cidades. Nosso modelo de governança combina base legal sólida, equipe técnica qualificada, participação social e integração com as políticas de desenvolvimento urbano”, destacou a auditora.
Para o titular da Semades, Ademar Silva Júnior, mostrar esse trabalho da COP30 amplia as possibilidades de cooperação técnica e financeira, além de reforçar o compromisso de Campo Grande com o desenvolvimento sustentável.
“A Capital tem se destacado por transformar a arborização em política pública estruturante. Participar da COP30 é uma oportunidade de mostrar ao mundo que o verde urbano é uma infraestrutura essencial, capaz de promover resiliência climática, saúde e bem-estar para a população”, pontuou.
Para a diretora-executiva da Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano, Mariana Massud, a COP30 é importante para Campo Grande não apenas no sentido de levar os conhecimentos sobre arborização urbana, mas também como oportunidade de conhecer novas experiências e inovações para que sejam colocadas em prática na Capital.
“Estamos em sintonia com as discussões ocorridas na COP30. Campo Grande vem se tornando referência no Centro-Oeste com relação ao enfrentamento às mudanças climáticas e conhecer novas experiências será de grande importância para continuarmos desenvolvendo ações de adaptação e mitigação às mudanças climáticas”, disse.
Já a prefeita Adriane Lopes destaca que Campo Grande ser representada na COP 30 reforça o reconhecimento ao trabalho contínuo e gestão responsável realizada pelo município.
“Campo Grande tem se consolidado como cidade modelo em sustentabilidade, com ações que unem inovação, responsabilidade ambiental e cuidado com as pessoas. Levar nossa experiência para a COP30 é motivo de orgulho e reforça o compromisso da nossa gestão em construir uma cidade cada vez mais verde, humana e preparada para o futuro”.
Cidade Árvore do Mundo
Eleita como Tree City of the World (Cidade Árvore do Mundo) por seis anos consecutivos, Campo Grande é uma das primeiras cidades do Brasil a elaborar um Plano Diretor de Arborização Urbana, em 2011. A partir deste modelo de trabalho, a Prefeitura consolidou diretrizes para o manejo, plantio e conservação das árvores dentro da cidade. Agora, o documento passa por uma reformulação e será transformado em Política Municipal de Arborização Urbana, com novos parâmetros para uma melhor equidade socioambiental.
Entre as novas diretrizes está a Regea 3-30-300, diretiva internacional que estabelece que cada morador deve ver pelo menos três árvores de sua residência, viver em um bairro com 30% de cobertura arbórea e estar a no máximo 300 metros de uma área verde pública. Reforçando seu pioneirismo em gestão de florestas urbanas, Campo Grande foi a primeira cidade do país a formalizar o compromisso com essa metodologia, por meio de uma Carta de Intenções enviada ao Comitê Three Cities of the World – Brasil, em setembro de 2024.
Frente do Leite discute modelo sustentável que será apresentado na COP30
A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul realizou nesta terça-feira (11), uma reunião extraordinária da Frente Parlamentar do Leite. Coordenada pelo vice-presidente da Casa, Renato Câmara, para discutir a logística reversa de embalagens e apresentar o Programa Ciclos Reciclagem e Sustentabilidade — iniciativa que vai representar o Estado na COP30, no Pará, em 2025.
Para Renato, o debate é um marco. “A COP30 será uma vitrine global sobre como o agro pode produzir com responsabilidade. O Mato Grosso do Sul tem condições de liderar esse movimento, mostrando que sustentabilidade não é discurso, é prática — e que começa dentro das nossas propriedades e indústrias”, afirmou o parlamentar.
O encontro reuniu produtores, técnicos e representantes do setor industrial para debater práticas sustentáveis na cadeia produtiva do leite. A proposta conecta o agronegócio às metas ambientais globais, reforçando a ideia de que o desenvolvimento do setor pode caminhar junto à redução de impactos ambientais.
O Programa Ciclos Reciclagem e Sustentabilidade, apresentado pelo médico-veterinário e empresário Mário Renck Real, será o case de sucesso sul-mato-grossense na conferência mundial do clima. O projeto transforma resíduos industriais em matéria-prima reaproveitável, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa e criando valor econômico.
Já o Projeto de Lei da Logística Reversa, desenvolvido pelo grupo de trabalho da Frente e apresentado pelo médico-veterinário Wilson Nobuyuki Igi, propõe diretrizes para que produtores, distribuidores e indústrias compartilhem responsabilidades na destinação das embalagens.
A Frente Parlamentar do Leite, uma das dez coordenadas por Renato Câmara, tem se consolidado como espaço de formulação de políticas públicas que unem produtividade, inovação e sustentabilidade. A reunião de terça-feira insere o Mato Grosso do Sul no centro do debate global sobre economia circular e transição verde — temas que estarão no centro das discussões da COP30.
Por Por Ana Clara Julião e Suzi Jarde
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