Na temporada de chuvas, quando a umidade do ar e de solo se tornam maiores, os campo-grandenses enfrentam diversos transtornos e, um deles é a infestação de caramujos-africanos, espécie invasora que se prolifera com rapidez e pode transmitir doenças.
Trazida para o Brasil na década de 1980 para servir como alternativa alimentar, esta espécie de caramujo tornou-se um problema em todo o país; por ser uma espécie exótica e invasora, não possui predadores naturais e com uma reprodução rápida conseguiu se espalhar, tornando-se uma praga urbana, já foram descartadas sem qualquer tipo de controle ou precaução para não se alastrar quando não vingaram como um prato exótico.
O biólogo José Milton Largo explica que as infestações acontecem nos períodos de chuva, justamente pelas condições de temperatura e umidade serem favoráveis para a espécie, sendo que ela fica mais ativa pela manhã e no fim da tarde.
“O caramujo-africano era uma alternativa alimentar na década de 80 que não vingou. Ela [a espécie] foi rejeitada e descartada e colonizou a natureza.Ficam geralmente em frestas, locais úmidos, jardins e em meio aos entulhos. Além disso, são um problema ecológico e competem com os caramujos nativos”, pontuou.
Riscos à saúde
Os caramujos-africanos também podem transmitir doenças, já que são hospedeiros de diversos parasitas. Entre as enfermidades estão a meningite eosinofílica e a angiostrongilíase abdominal, que são transmitidas pela ingestão do muco expelido pelo caramujo ou até mesmo pelo consumo do próprio animal.
José Milton destaca que não há muitos registros de acidentes com a espécie e nem de pessoas infectadas pelos parasitas presentes nela, no entanto, é preciso prevenir para que casos assim não aconteçam.
Prevenção
Para evitar infestação de caramujos africanos é necessário manter locais como jardins e quintais limpos e sem entulhos. A espécie se alimenta de matéria orgânica e quanto mais alimento disponível mais indivíduos detêm a aparecer no local.
Também é preciso fazer uma catação manual com aqueles que já se proliferam pelos quintais, trabalho que precisa ser feito com equipamentos de proteção, como luvas para evitar o contato direto das mãos com os animais.
O descarte correto, de acordo com o biólogo, pode ser feito amassando os que foram catados e os colocando em uma sacola plástica na lixeira comum. Também há a opção de enterrá-los com cal virgem.
“Eles vivem de 5 a 7 anos, então, é realmente necessário fazer essa prevenção e o descarte correto é necessário para que eles não se proliferem”, concluiu.
Por Ana Clara Julião
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