Procedimento começou a ser realizado em 2024 no Estado
No ano passado, Mato Grosso do Sul alcançou um novo marco no cenário de transplante, realizando o primeiro de transplante de fígado. O procedimento foi realizado em julho no HAP (Hospital Adventista do Pênfigo), desde então foram realizados 12 procedimentos. A coordenadora da CET/MS (Central Estadual de Transplantes de Mato Grosso do Sul), Claire Miozzo, revelou que para os próximos anos a intenção é que sejam realizados pelo menos 69 transplantes hepáticos.
Ainda em 2024, o CET completou 25 anos de história, realizando nesse período 19 transplantes de coração, 4.006 de córneas, 769 de rins, 65 de tecidos musculoesqueléticos e 11 de medula óssea autogênico e 12 transplantes de fígado. A Dra. Claire Miozzo destaca que o transplante de fígado sempre foi uma meta, mas para a habilitação do HAP foi necessária uma adequação estrutural e cumprimento dos critérios do Ministério da Saúde.
“As exigências para autorizar o serviço de transplante de fígado são inúmeras. Somente esse ano, após muito trabalho e organização conseguimos que o serviço fosse autorizado, e em julho deste ano realizamos o primeiro transplante de fígado no Hospital do Pênfigo. Agora, com o HAP habilitado, nossos pacientes podem realizar o transplante de fígado sem a necessidade de se deslocar para outros centros, o que reduz custos e traz maior conforto aos pacientes e suas famílias”.
A coordenadora da Central revela que, atualmente, 18 pacientes aguardam por um transplante de fígado no Estado. Esse não é o transplante com maior demanda no Mato Grosso do Sul, a lista para o transplante de rim tem 221 nomes. Conforme a Dra. Claire Miozzo, o maior desafio é a conscientização da população para doar os órgãos.
“Campanhas educativas e parcerias com hospitais têm ampliado a adesão das famílias, que, mesmo em momentos de dor, dizem “sim” à doação e salvam vidas. Apesar dos avanços, o número de doadores ainda é insuficiente. A negativa familiar à doação é um dos maiores desafios enfrentados pela Central. “Dizer ‘sim’ à doação de órgãos é transformar a dor em esperança. Nosso objetivo é salvar ainda mais vidas”.
Mesmo com uma lista de menos de 20 pessoas para o transplante hepático, a meta é atender 69 pessoas, a Dra. explica que esse número é estimado pela ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos).
“A fila é pequena porque começamos a fazer transplante esse ano. A demanda do estado existe, só que os pacientes ainda não tiveram a oportunidade de entrar na fila. Então, à medida que a gente vai consultando, que vai vendo a necessidade, o doutor vai colocando os pacientes na fila, por isso da fila ainda ser pequena”.
Por Inez Nazira
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