Alunos seguem sem salas de aula enquanto prefeitura adquire parquinhos para escolas

Local onde salas
deveriam ser instaladas
na Escola Professora
Arlene Marques - Foto: Inez nazira
Local onde salas deveriam ser instaladas na Escola Professora Arlene Marques - Foto: Inez nazira

Servidores citam que obras já deveriam ter sido entregues e mobiliário inutilizado

A Prefeitura de Campo Grande lançou em novembro do ano passado, o que foi denominado como o maior pacote de ações na história da educação municipal da Capital. Entre as promessas estava prevista a construção de 166 novas salas modulares nas escolas, para a criação de mais 6.600 novas vagas na Reme (Rede Municipal de Ensino) em 2024, contratação de mais de 300 professores, instalação de energia solar e instalação de aparelhos de ar-condicionado em todas as unidades escolares da rede. Contudo, os gargalos ainda continuam e 6919 crianças aguardam por uma vaga.

Faltando apenas 12 dias para o retorno das aulas nas unidades municipais, as medidas anunciadas ainda seguem longe de se tornarem uma realidade e a entrega das 166 salas de aula precisou ser dividida em duas etapas, sendo a primeira agora em janeiro, no início do ano letivo e a segunda, em abril. A promessa do município era de que até o dia 30 de janeiro deste ano, as 51 novas salas seriam entregues. Segundo a Prefeitura estão concluindo a construção de 10 inovadoras salas modulares na Escola Municipal José Mauro Messias, no Bairro Moreninhas e a Escola Municipal Virgílio Alves de Campo, já tem a energia fotovoltaica instalada nos telhados.

Enquanto os alunos aguardam pelas novas salas de aula, a prefeitura de Campo Grande anunciou ontem (2), que adquiriu parquinhos que serão instalados nas unidades para o ano letivo de 2024. Os itens contam com túnel, casinhas de bonecas, gangorras, playgrounds, traves de gol, jogos de vôlei e basquete completos e escorregador. As 106 Emeis receberão as casinhas de boneca, túnel e as gangorras. Já as escolas de ensino regular recebem as traves, jogos de vôlei e basquete completos e escorregador. Ao todo, foram comprados: 107 túneis; 750 gangorras individuais; 190 playgrounds; 150 casinhas de boneca; 205 traves de gol; 205 jogos de vôlei; 205 jogos de basquete; 205 escorregadores.

Parques infantis devem ser instalados em Emeis e em escolas de Campo Grande – Foto: Divulgação/PMCG

Na lista do município, pelo menos, seis escolas já seriam contempladas para o ano letivo de 2024 com a expansão do número de salas de aula, sendo elas: Escola Senador Rachid Saldanha Derzi, com 5 novas salas; EMEI Professora Elza Francisca de Souza Maciel, com uma nova sala; Celina Jallad, 4 novas salas; Professora Maria Regina de Vasconcelos Galvão, 10 novas salas; Dr. Plínio Barbosa Martins, construção de 5 novas salas; Frederico Soares, 3 salas; Professora Arlene Marques, 10 novas salas; Professora Leire Pimentel, 4 salas; Abel Freire Aragão, 4 salas; Irmã Edith Coelho Netto, 5 novas salas de aula.

Contudo, a equipe de reportagem constatou ontem (2), que o sonho das famílias em ver as crianças estudando em novas salas de aula ainda está longe de ser concretizado. No bairro Jardim Canguru, a Escola Professora Arlene Marques é um exemplo das unidades que não estão concluídas. De acordo com informações repassadas por um funcionário da administração da unidade, os trabalhos “não têm nem previsão para começarem”.

“Vieram aqui, fizeram só isso [aponta para obra sem finalização], disseram que iam começar no dia 15 de fevereiro, junto com o retorno dos alunos, mas também falaram que iam esperar às aulas da Rede Estadual começar. Eu não sou otimista acreditando que vai começar dia 15, não sou pessimista acreditando que vai começar dia 21, eu sou realista e sei que vai começar depois dessa data”, afirma o funcionário da escola municipal.

O servidor público ainda comenta sobre outro problema em relação a essas novas salas e o começo das aulas. “Estou com mais de 90 mesas e cadeiras para equipar essas dez novas salas, estão todas dentro de uma sala de aula, onde os alunos vão estudar a partir do dia 15, estamos num impasse sem saber aonde colocar esse material, sendo que se ficar para fora da sala vai estragar tudo”, completa.

 

Por Inez Nazira

Confira mais notícias na edição impressa do Jornal O Estado do MS.

Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram.

 

Leia mais:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *