Campo Grande vê crescer número de ocorrências dentro de casa, muitas vezes fatais
O afogamento segue como uma das principais ocorrências atendidas pelo CBMMS (Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul) e, em 2025, apresenta crescimento expressivo. Entre janeiro e agosto, foram 48 registros no Estado — número que já supera o total anual de 2021 e 2022 e que pode se aproximar dos recordes recentes de 2023 (73 casos) e 2024 (66 casos).
Levantamento obtido por O Estado mostra que, de 2021 a agosto de 2025, foram 291 ocorrências. A maioria das vítimas é do sexo masculino, e o domingo aparece, ano após ano, como o dia mais perigoso: somente neste ano, concentrou metade dos casos (24 ocorrências).
Mais crianças entre as vítimas
O dado que mais preocupa é o aumento de casos envolvendo crianças abaixo de 12 anos. Em 2025, já são 13 registros, representando 27,1% do total — percentual quase três vezes maior que o de 2024 (9,1%). A comparação com 2021 (11,5%) mostra um salto de 197% na proporção de vítimas infantis.
Campo Grande: alta expressiva em casos domésticos
Em nota, a Prefeitura de Campo Grande aponta que o número de afogamentos em ambiente doméstico dobrou: foram 16 registros entre janeiro e agosto de 2025, contra oito no mesmo período de 2024.
Períodos como férias escolares e festas de fim de ano elevam em cerca de 30% o atendimento de urgência por acidentes domésticos, especialmente com crianças e idosos, segundo a administração municipal.
Acidentes recentes
Na manhã deste domingo (17), um adolescente de 16 anos foi socorrido em estado grave após se afogar na piscina do Tênis Clube, em Campo Grande. Segundo relatos do vice-presidente do clube, Fernando Oliveira, o jovem havia pulado o muro com amigos e, sem saber nadar, acreditou que a piscina era rasa. Ele acabou submergindo sem que houvesse alguém próximo para ajudá-lo.
Equipes do Corpo de Bombeiros e do Samu realizaram manobras de reanimação por mais de 30 minutos antes de encaminhá-lo à Santa Casa. De acordo com testemunhas, não havia salva-vidas no local no momento do acidente. A Polícia Civil e a perícia estiveram no clube, e o caso foi registrado na Depac Cepol como omissão de cautela. Ainda não há informações atualizadas sobre o estado de saúde do garoto.
Perfil das vítimas e locais mais afetados
No recorte estadual, o gênero masculino responde por 77% a 86% das ocorrências anuais, chegando a 100% em alguns meses de 2025.
Entre os municípios mais afetados, Campo Grande liderou as estatísticas de 2021 a 2024. Neste ano, Naviraí aparece na frente (5 casos), seguida por Aparecida do Taboado (4) e Corumbá (3).
Números ano a ano no Estado:
2021: 52 casos (6 crianças);
2022: 52 casos (6 crianças);
2023: 73 casos (13 crianças);
2024: 66 casos (6 crianças);
2025 (jan-ago): 48 casos (13 crianças).
Por Suelen Morales
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