Acidentes com poste de energia aumentam e simulação orienta sobre resgate 

FOTO: INEZ NAZIRA
FOTO: INEZ NAZIRA

Parceria entre Energisa, Detran, Agetran, Corpo de Bombeiros e o Shopping Norte Sul, promoveu uma simulação de acidente com batida em poste envolvendo vítima, na manhã de ontem (24). Com o intuito de conscientizar a população sobre os cuidados que devem ser tomados durante um sinistro como este. A ação faz parte das atividades da Semana do Trânsito, que visa diminuir os riscos em caso de colisões envolvendo rede elétrica.

Este ano, o número de acidentes desta competência aumentou em torno de 4%, considerando o mesmo período de janeiro a agosto de 2024 e janeiro a agosto de 2023. Neste ano, foram 74 ocorrências durante o período analisado. O coordenador de construção e manutenção da Energisa, João Ricardo Costa Nascimento, pontua a importância desta ação para a sociedade e, principalmente, para os condutores.

“É um cenário simulando uma situação de uma ocorrência envolvendo colisão de veículo em poste, uma ocorrência de bastante impacto. O cenário aqui é justamente esse, demonstrar o impacto que isso causa para a sociedade, no fornecimento de energia elétrica, também reforçar os cuidados, o que tem que ser feito numa situação como essa, que muitas vezes a gente acaba fazendo na emoção, só que precisa de fato ter um cuidado em alguns procedimentos”.

Numa situação como essa, os riscos são variados, tanto para quem está dentro do carro quanto para quem está fora. Na simulação, no primeiro momento, um personagem de fora, ao prestar socorro, tirava a vítima do veículo. As autoridades reforçam que este comportamento está errado, por colocar em risco mais vidas.

“Pela simulação, a gente acabou até mostrando o que não deve ser feito, que é tentar resgatar a vítima sem antes a Energisa chegar ao local. Para fazer o resgate, a Energisa precisa chegar ao local com as suas equipes, fazer os procedimentos de desenergizar a rede, para que não haja nenhum risco, tanto para a vítima quanto para o Corpo de Bombeiros. No procedimento correto, eu preciso desligar a rede, impedir, testar, aterrar, isolar e sinalizar, esse é o nosso procedimento digital, ele garante que a rede está desenergizada e tanto o reparo quanto o resgate da vítima possam ser feitos com segurança”.

O coordenador de construção e manutenção da Energisa revela também os inúmeros prejuízos que a comunidade pode ter com as colisões. Além do custo pela perda do poste, que atualmente está na faixa de R$7.500, a responsabilidade desse custo é total do motorista infrator. “O prejuízo é imenso, desde a interrupção no fornecimento de um bairro, de uma escola, de uma cidade envolvendo cargas especiais, hospitais e também o risco à segurança, que pode acabar ocasionando o óbito”, pontua.

O 2º tenente do CBMMS (Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul), Paulo Lima, ressalta que mesmo que a equipe de socorro chegue antes, nada pode ser feito sem a autorização da Energisa. Ainda, o tenente revela que as pessoas estão desinformadas em relação a essa situação, uma vez que a primeira ligação é feita para emergência e não para a Energisa, por isso a ação dos bombeiros pode demorar.

“A ideia do Corpo de Bombeiros é poder atuar, fazendo o resgate da maneira mais rápida possível, porém com a devida segurança, tanto para a vítima quanto para os socorristas que chegam na cena e vão prestar esse atendimento. Então, a gente chega no local e espera a Energisa verificar se há corrente elétrica, se houve a queda do poste e toda a fiação próxima ao veículo. A partir do momento que a Energisa chega, isola o local e nos informa que não há mais um perigo de choque elétrico, nós começamos a atuar para fazer o melhor salvamento possível da vítima e o transporte de maneira mais adequada e mais rápida até uma unidade de socorro”, relata.

Com o simulador, o tenente explica que é possível reverter alguns erros que a população comete e auxiliar na diminuição do tempo-resposta de salvamento da vítima. “Quando chega ao local e vê um acidente, a preocupação maior é com a vítima, não vendo todo o cenário e o risco que aquele cenário oferece. Muitas vezes a população quer que a gente já atue, mas a gente precisa garantir a total segurança tanto da vítima quanto dos socorristas, porque muitas vezes a vítima está dentro do veículo, aquele veículo ali funciona como meio de isolamento. Ela está segura ali dentro, à medida que alguém chega para abrir a porta, a corrente elétrica que passa em volta do veículo acaba entrando e vindo a atingir quem vai prestar socorro, assim como quem está dentro do veículo”.

Por Inez Nazira

 

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