Responsável pelo setor de animais peçonhentos avalia mais atenção e conscientização da população
Os casos de acidentes com escorpiões, em Campo Grande, tiveram redução de 20% este ano, comparado aos registros do ano passado. Porém, o número de exemplares capturados e entregues ao CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) teve aumento de 88%.
Segundo dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), os 542 escorpiões foram entregues à cedo do Centro ou retirados pela equipe técnica após solicitação de visitas. No ano passado, 287 aracnídeos desse tipo foram registrados pelo Scraps (Serviço de Controle de Roedores, Animais Peçonhentos e Sinantrópicos).
Para a médica veterinária responsável pelo setor, Kelly Cristina Godoy, o aumento dos registros desse artrópodes é por conta da maior conscientização da população com relação aos riscos. Isso é consideravelmente positivo, pois é de interesse da gestão em saúde saber quais espécies estão se proliferando pela cidade.
“Antes, geralmente, as pessoas jogavam fora e ficávamos sem saber qual espécie de escorpião amarelo. Agora, seguem a orientação de fazer a captura de forma segura e entregar para a equipe do CCZ, que faz a identificação”, detalha Kelly.
Ela completa dizendo que o setor realiza testes no próprio laboratório. “A identificação da espécie é importante porque Campo Grande tem esses dois escorpiões amarelos, que são muito parecidos, mas as toxinas de uma é mais prejudicial à saúde do que a outra”, termina.
É importante lembrar que no ano passado, quatro crianças morreram por acidente com escorpiões em Mato Grosso do Sul. Dois casos foram registrados em Batayporã, um em Ribas do Rio Pardo e o quarto no município de Brasilândia.
No Brasil, em 2023, dos 340 mil acidentes registrados com animais peçonhentos no Brasil, mais de 200 mil foram provocados por escorpiões. O número significa um aumento de 15% em relação ao período anterior.
Segundo o Ministério da Saúde, os acidentes com animais peçonhentos são um desafio importante para a saúde pública no país. A rica biodiversidade e o clima tropical criam um ambiente favorável para a existência de serpentes, aranhas, escorpiões e outros animais cujas picadas ou mordidas podem ter consequências graves.
Entre as explicações para o crescimento dos casos estão a expansão da ocorrência de espécies bem adaptadas à convivência humana, o avanço desordenado da ocupação humana e as mudanças climáticas. (Texto com informações da Folha de S. Paulo)
Por Kamila Alcântara