As férias escolares são um período perfeito para aproveitar a família e por em dia os momentos de lazer que as obrigações da rotina impede. Pensando nisso, o Ministério da Saúde sugere algumas dicas para prevenir a transmissão de doenças como a dengue, Zika e chikungunya.
Aproveitar para envolver toda a família em ações educativas e práticas que ajudam a eliminar criadouros do mosquito pode garantir um período de descanso tranquilo e seguro. Use jogos, histórias e desafios para ensinar sobre a importância de eliminar focos de água parada. Assim, transformando o controle ao mosquito em uma atividade lúdica e educativa, garante a diversão a todos.
Crie também um “dia do mutirão” para vistoriar a casa e o quintal. Dedique tempo para limpar ralos, calhas entupidas, bandejas que coletam água drenada por aparelhos de ar-condicionado ou condensada pelo funcionamento do motor de geladeiras de modelo mais antigo e outros recipientes que possam acumular água. Caso a família vá viajar, deixe recipientes como caixas d’água, ralos e tanques devidamente tampados.
Aproveite o tempo livre para ações comunitárias. Converse com vizinhos e amigos sobre a importância de ações conjuntas no controle ao mosquito, principalmente em áreas de lazer ou condomínios. Organize campanhas em praças, parques ou escolas locais. Essas atividades podem incluir palestras, distribuição de materiais informativos e orientações. O site do Ministério da Saúde dispõe de material educativo para ajudar nesta missão.
Dengue e Chikungunya registram queda expressiva em comparação a 2023
Mato Grosso do Sul apresenta baixa de incidência em casos de arbovirose e vai na contramão do panorama nacional. A mudança climática pode ser um dos fatores que explicam a variação da doença no país. Com intuito de manter a baixa de casos no estado, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) atua com diversas ações preventivas.
No cenário nacional, o ano de 2024 finda com um indicador trágico e deixa um alerta em 2025 para a saúde brasileira. A alta nos casos de doenças como dengue, Chikungunya, Oropouche quebraram recordes no ano passado. Na contramão do país, Mato Grosso do Sul apresenta uma queda expressiva nos números de diagnósticos das doenças.
Os casos de dengue, que totalizaram 41.046 casos confirmados em 2023, revelam uma queda significativa, com apenas 16.229 casos registrados no ano passado. O mesmo acontece com os casos de Chikungunya, que somaram 1.328 em 2023 e 919 casos em 2024.
Os meses de março, abril e maio apresentaram a maior incidência de casos. Os municípios com maior número de casos confirmados foram Coronel Sapucaia, seguido por Juti e Chapadão do Sul, conforme dados da SES.
A febre do oropouche, doença oriunda de um inseto maruim e conhecida no Brasil desde os anos 1960, era interpretada como casos isolados no Nordeste. O cenário mudou em 2024, quando casos foram diagnosticados no Espírito Santo, Bahia e Maranhão. Ao todo, 13.048 casos de oropouche foram registrados no país. Em Mato Grosso do Sul, no entanto, diferente das demais arboviroses que apresentaram quedas, foram registrados dois casos no ano passado, um importado e outro autóctone (quem é natural da região). Até então, não havia registros da doença no estado.
Sintomas e ações preventivas
Os sintomas da oropouche são similares aos da dengue: dores musculares, náusea, diarreia e dor de cabeça. A oropouche, apesar de não apresentar uma alta de casos no estado assim como as outras arboviroses, joga um alerta para a transmissão vertical (da gestante para o bebê). A arbovirose em questão pode causar malformações no feto e até a morte.
Com o intuito de conscientizar a população e manter a baixa de casos, a SES atua com ações programadas, como distribuição de medicações: dipirona, paracetamol, sais de hidratação e soro fisiológico para os 79 municípios. Palestras também são realizadas a fim de informar a população sobre as doenças, assim como a capacitação de coordenadores de vigilância são realizadas. “O monitoramento dos casos notificados e divulgação de informações por meio de boletins e informes, além da realização de web aulas e investigação de óbitos por arboviroses, além da criação do Comitê de Investigação de Óbitos por Arboviroses”, são outras estratégias informadas pela SES em nota.
Panorama brasileiro
No ano passado, foram registrados 108.078 casos de Chikungunya no país. O número apresenta um avanço em comparação com 2023, que registrou 266.138.
O mesmo aconteceu com os casos de dengue, que quebrou recorde de óbitos. 5.873 mortes por dengue foram confirmadas em 2024, o número ultrapassa a soma de óbitos dos últimos 8 anos (4.992), segundo dados do Datasus. Em 2023, em relação à febre de oropouche, foram registrados 831 casos, diferentemente de 2024, que chegou a 13.048 casos, dois óbitos e um em investigação, segundo painel epidemiológico do governo.
Aponta-se que a crise climática pode ser um dos pivôs para o aumento de casos de arbovirose. Um estudo que analisou dados de 21 países onde a dengue é endêmica, incluindo o Brasil, concluiu que 19% dos casos nos últimos anos estão relacionados com mudanças climáticas. A pesquisa, apresentada em reportagem pela Folha de São Paulo, indica que as temperaturas médias são relevantes para o padrão de disseminação da dengue. “Se começar em 25°C e passar para 26°C, ocorrerá um grande aumento [nos casos da doença]”. No entanto, se a temperatura inicial for 28°C e ela começar a subir, será visto um declínio nos diagnósticos de dengue”, explica o especialista. Isso ocorre por conta da biologia do Aedes aegypti. Por conta das altas temperaturas, os mosquitos amadurecem tão rápido que eles não contam com tempo para disseminar a doença entre humanos, afirma a reportagem.
Por Ana Cavalcante
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