Um abatedouro clandestino que vendia carne de cavalo como sendo de boi foi fechado pela Polícia Civil de Minas Gerais no município de Mercês (a 230 km de Belo Horizonte), na Zona da Mata. Quatro homens foram presos em flagrante no local.
O abatedouro foi identificado na segunda-feira (16) a partir de denúncia anônima. O anúncio da localização e das prisões foi feito pela Polícia Civil nesta terça-feira (17).
Dois cavalos abatidos foram encontrados pelos agentes no lugar. Um dos presos afirmou à polícia que a carne dos animais estava sendo retirada para venda e seria comercializada como se fosse de boi. Disse ainda que carne de cavalos doentes também era colocada no mercado. A venda, segundo as informações, ocorreria na cidade de Ubá (MG), também na Zona da Mata.
Os quatro homens foram presos em flagrante por falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância, ou produtos alimentícios. A pena prevista é de quatro a oito anos de reclusão e pagamento de multa.
“As investigações prosseguem para identificação de eventuais açougues que tenham recebido esses animais”, afirmou Diêgo Candian Alves, delegado regional da Polícia Civil em Ubá.
A polícia não informou os nomes dos presos –disse apenas que têm 28, 29, 42 e 44 anos. A reportagem não conseguiu localizar a defesa dos suspeitos.
Não é a primeira vez que autoridades no Brasil prendem envolvidos com venda de carne de cavalo. Em novembro de 2021, um grupo de seis pessoas foi preso em Caxias do Sul (RS) suspeito de realizar abates ilegais e venda da carne a restaurantes da cidade.
Segundo informações do Ministério Público do Rio Grande do Sul, que investigou o esquema há época, cerca de 800 quilos de carne de cavalo eram comercializados pelo grupo por semana. Os produtos estavam disponíveis em 60% das hamburguerias do município.
Assim como em Mercês, o abate dos animais era clandestino. A investigação teve início após informações da Inspetoria de Defesa Agropecuária de Caxias do Sul.
A venda de carne de cavalo no Brasil é regulamentada pelo artigo 10 do decreto 9.013 de 29 de março de 2017. O texto diz, no entanto, que os cavalos, assim como todos os outros animais cuja carne pode ser vendida em açougues, precisam ser abatidos em estabelecimentos sob inspeção veterinária, o que não ocorre em abatedouros clandestinos.
Com informações da Folhapress.
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