Artigo: Paz em voga

Rodrigo H. Maran
Foto: Arquivo

Preocupado com o tema a abordar na minha coluna, recorri aos conselhos maternos, e minha mãe sugeriu-me escrever sobre a “Paz” – com letra maiúscula, questão de importância no texto.

Vivemos tempos sombrios, não tão perto, em outro continente, mas que me arremetem e aventuro-me a estes eventos.

Onde está a paz? Nas nossas mentes, coração, alma! Mas “se não”? Em Deus… Avanço aqui no meu psíquico, e assim analisando meu mental, meu coração se alegra e diz – Sinto esta “moça febril”, esta deusa, esta virtude, esse estado de graça, e não sou diferente de quase ninguém. Vinde a mim, “Paz”!

Poucos são os violentos, mas suas atitudes nos demove a sabedoria, creio em Deus, Pai, filho e Espírito Santo. Mas os radicais, os vingadores, os bélicos, os revoltados, eles nos deprimem. Assim julgamos o mundo! Um lugar onde engendra a peste “do mal”, um local de doença, tristeza e morte! Isso digo, comovido pela postura de alguns.

O Brasil é um país “do bem”, só nosso tráfico, facções e políticos (sim, é clichê, mas tenho que mencionar) – estes devem ser combatidos, mas nosso povo é amistoso, compreensivo, trabalhador, tem na sua grande maioria cristãos, bem-aventurados espíritas, ateus, mas que não matam por não crer… Divido as pessoas de nossa população entre Ascéticos e Hedonistas, o primeiro do citado é o sacrifício do prazer, uma vida regrada, valores de família, união, fraternidade, e os hedonistas, amantes do prazer e dele sempre a busca desta saída, pelos prazeres, próprios de seus dias… Eu? Ainda não me decidi, tenho impulsos fortes e graves à busca desenfreada por prazeres, mas, por um lado, tenho dois filhos que pedem para que eu fique sexta-feira à noite curtindo eles, que são pequenos e precisam de vigilância.

Mundo

Oh mundo!

Tu és bonito, perfumado, profundo. Então o quê? Minha paz, antes de qualquer coisa, só quero paz. Dizia ao meu pai, que “não precisava ser amado”, ter paz já me era o suficiente. Usei esta sentença como sabedoria de luz incrível em minha vida – foi na época que troquei as pessoas pelos livros. Mas isso não era honroso, “para ter paz” eu “queria mais”. Moderei então meus livros com contatos pertinazes com meus irmãos, amigos próximos e distantes, resolvi criar laços também com o lado feminino e machista que sempre tive, vi, na minha paz, que era crente, que o sexo masculino era o dominante ruir e isso me fez perder convicções, entrar num coração mundano… O que quero dizer é que saí da minha zona de conforto. Eu fui atrás do que “valia ouro” – amigos, influências, contatos, família. Larguei a bebida.

A paz é um movimento interior. Raul Seixas, um artista inteligente, afirmou numa música: – A guerra é produto da paz. E mais: – Eu amo a guerra, adoro o fogo, elemento natural do jogo. Mas tudo tem limite. Minha briga com o vizinho não pode me levar à insônia e nem à violência e nós, que somos educados, compreendemos que não devemos “ser agressivos”. Agressividade, raiva, cansaço, inveja, rivalidade, somos como animais, mas não podemos nos deixar abater por isso!

O mundo criou leis e códigos de guerra, condutas que devem ser punidas, morte de inocentes… É que às vezes vejo brigas de bares, no trânsito, pessoas incivilizadas querendo ser reconhecidas como “machos”, e até “alfas” – mas isso é primitivo.

Por aqui, delineei a conclusão do meu texto: – As neuroses de guerra nos ensinam sobre um “mundo psíquico”.

Autodestruição, identidade do povo que numa guerra se une de forma autônoma, os traumas das privações que norteiam os períodos de conflitos, as atrocidades, a fome, a falta de estrutura… Um povo é o coletivo da mente de uma população. E uma pessoa é reflexo do que o povo fez de mim (pessoa). Meus medos? Refletem-se no exército de meu país. Minha inimizade, se fosse o caso com a Argentina, bem, nós não gostaríamos de ser atacados por eles.

Saibam senhores, leitores do jornal O Estado, nosso objetivo de vida, pensando em nossas crianças, é motivo de grande desejo de paz, segurança, recursos, mobilização, conscientização. Morrer em guerra é um destino trágico, em que deuses malvados riem, riem, riem.Porque foi sem razão. Causado por ódio ignorante do coração. Mentes doentes no poder? A mando de Deus? Que cada um cuide de sua consciência e faremos, assim, uma grande corrente. Faço uma oração: – Livra das guerras os nossos filhos! Paz e bem.

Por Rodrigo Hinz Maran. 

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