Transformers: O Início

Foto: divulgação
Foto: divulgação

Friends to enemies: Animação do universo Transformers traz as origens da rivalidade entre Optimus Prime e Megatron

 

Com 1h 44min de duração, “Transformers: O Início” é o mais recente lançamento da Paramount, dirigido por Josh Cooley e roteirizado por Gabriel Ferrari e Andrew Barrer. O filme, que combina ação, animação e ficção científica, traz uma nova perspectiva à famosa saga Transformers. “Transformers: O Início” estreia hoje em todos os cinemas brasileiros, prometendo encantar tanto os fãs de longa data quanto novos espectadores.

A trama explora a história não contada da origem de Optimus Prime e Megatron, dois personagens que, embora sejam conhecidos como inimigos mortais, um dia foram amigos íntimos, unidos como irmãos. Essa amizade transformou o destino de Cybertron para sempre.

Além disso, o filme conta com um elenco de vozes estelar, incluindo Chris Hemsworth, Brian Tyree Henry, Scarlett Johansson, Keegan-Michael Key, Steve Buscemi, Laurence Fishburne e Jon Hamm, prometendo trazer um frescor à franquia por meio da animação CGI.

Michael Bay ainda está entre nós?

Este projeto, que já era especulado há mais de uma década, passou por diferentes contextos de desenvolvimento. Durante o auge da franquia, quando os filmes de “Transformers” alcançavam mais de um bilhão em bilheteira, a ideia de uma animação era considerada uma alternativa secundária.

Foto: divulgação

Contudo, com a queda nas bilheteiras dos filmes de Michael Bay e o abandono dos planos para novas sequências, a animação emergiu como uma possível salvação, representando uma oportunidade de recomeçar a história e, quem sabe, lançar uma nova trilogia.

É importante destacar o papel de Lorenzo di Bonaventura, produtor da franquia, que frequentemente gera polêmica com suas declarações. Em diversas entrevistas, ele defende que os filmes de Michael Bay são sagrados e que o sucesso atual da franquia deve-se, em grande parte, a esse legado. Para di Bonaventura, essa realidade deve ser aceita por todos os fãs. No entanto, sua relutância em reconhecer o fracasso de “Transformers: O Último Cavaleiro”, que ele considera um dos filmes mais incompreendidos da história do cinema, parece dificultar sua compreensão sobre o afastamento do público em relação à abordagem de Bay.

A expressão “tempestade em copo d’água” se aplica ao processo de pré-produção e às entrevistas relacionadas a ”Transformers: O Início”, que têm enfatizado que este projeto será uma história de origem conectada aos filmes de Michael Bay. Contudo, o próprio diretor já afirmou que isso não é verdade. Ao analisar os arcos dos personagens, surgem contradições que dificultam essa conexão, indicando que a proposta inicial pode não ser tão clara quanto se esperava.

Novo público

Com Transformers: O Início, a Paramount busca abrir as portas da franquia para novos públicos, incluindo aqueles que ainda não conhecem o universo Transformers ou que não se consideram fãs. Este lançamento marca um momento significativo, sendo o primeiro projeto animado da saga destinado ao cinema desde 1986.

A animação se alinha à tendência atual dos estúdios de produzir conteúdos mais leves, visando torná-los mais acessíveis para crianças. Ao mesmo tempo, “Transformers: O Início” promete oferecer uma rica variedade de referências que certamente trarão um sorriso ao rosto dos fãs de longa data, que acompanharam a franquia ao longo dos anos.

Josh Cooley, diretor do filme, ganhou destaque no mercado com o roteiro de “Divertida Mente” e, em seguida, foi premiado ao dirigir “Toy Story 4”. Este projeto da Paramount representa uma responsabilidade significativa para ele, além de ter um grande potencial de repercussão.

“Transformers: O Início” parece ter encontrado uma forma de organizar a narrativa. Com uma história de origem própria, o filme não hesita em explorar diferentes traços de personalidade e criar diferenciais em relação aos filmes live-action, contribuindo para a mitologia da franquia e pensando em seu futuro.

Critica

A animação atua como uma prequel do universo já consagrado, oferecendo aos fãs um vislumbre das origens dos Autobots e Decepticons, enquanto explora a mitologia da guerra entre esses dois grupos. A trama se desenrola em Cybertron, onde dezesseis lutadores se rebelam contra um sistema opressor que os impede de se transformar.

À medida que a narrativa avança, esses personagens desenvolvem visões divergentes sobre o poder, levando à deterioração de sua amizade ao descobrirem uma verdade sombria sobre Sentinel Prime, o que aprofunda ainda mais suas diferenças.

O filme proporciona uma compreensão mais profunda das motivações e conflitos internos de personagens-chave, como Optimus Prime e Megatron, adicionando camadas emocionais que conferem um novo peso às batalhas épicas. Momentos de tensão e amizade são intercalados com flashbacks que ajudam a elucidar as consequências de certos hábitos.

Com uma escala de conflitos bem desenvolvida, a narrativa apresenta visões distintas sobre poder e controle, destacando a jornada de quem se tornará Optimus Prime e quem se tornará Megatron, tornando a história mais acessível para o público infantil.

Em termos de design e escolhas artísticas, o filme adota uma estética retrofuturista e apresenta uma variedade de cenários, como minas e salas de controle. Com um orçamento de R$ 75 milhões, o resultado é surpreendente, especialmente considerando o alto cachê do elenco, que se destaca em cenas de comédia ao longo da trama.

A narrativa inclui tramas de vingança, ação e novas caracterizações, explorando diferentes maneiras de abordar cada personagem com um tom leve e bem-humorado. O personagem Bumblebee, em particular, organiza momentos de comicidade que enriquecem a experiência. É gratificante ver uma ideia clara sobre como colocar os Transformers como protagonistas, não apenas em sequências de ação, mas com objetivos definidos e direções claras.

Embora a introdução de “Transformers: O Início” seja um tanto fraca, a produção melhora consideravelmente ao estabelecer claramente o que está em jogo e a grande disputa em Cybertron. Quando chegam as cenas de combate, a produção consegue aumentar a intensidade do conflito, lidando bem com a perspectiva do que cada personagem representa e as possíveis consequências do desfecho.

Embora alguns conceitos não sejam totalmente desenvolvidos e a narrativa tenha um tom mais leve voltado para crianças, há reflexões interessantes sobre hierarquia social, serviço e culto à personalidade. Este filme sinaliza um novo caminho para a franquia, especialmente para aqueles que estão envolvidos com “Transformers” e pensam a longo prazo. Lorenzo di Bonaventura mencionou que existem planos para uma trilogia, embora o sucesso e a aceitação do público sejam fatores determinantes.

 

Por Amanda Ferreira

Confira as redes sociais do O Estado Online no  Facebook e Instagram

 

Leia mais

Abertas as inscrições para oficina gratuita sobre acessibilidade e inclusão em museus

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *