‘Todo redemoinho começa com um sopro’

(Foto: Vaca Azul/Divulgação)
(Foto: Vaca Azul/Divulgação)

           Espetáculo da Cia OFIT será o primeiro regional a ser realizado no palco do Teatro Aracy Balabanian, após reabertura

 

Recém reformado e reinaugurado, o Teatro Aracy Balabanian mostra sua força para a cena artística de Mato Grosso do Sul e uma semana após sua reabertura recebe o espetáculo “Todo redemoinho começa com um sopro”, com sessões a partir de amanhã (11), sexta-feira (12) e sábado (13), às 20h.

Todas as sessões serão gratuitas, com distribuição de ingressos meia hora antes de cada apresentação. A peça é realizada pela Cia OFIT (Associação Cultural Oficina de Interpretação Teatral), que escolheu o espaço por seu valor histórico, já que o teatro foi cenário de diversos trabalhos artísticos de Mato Grosso do Sul. “Para nós é a retomada de um espaço importante para o teatro sul-mato-grossense. A OFIT já esteve naquele palco com ‘A Serpente’, ‘No Gosto Doce Amargo das Coisas que Somos Feitos’ e tantos outros espetáculos. Inclusive, ‘No Gosto Doce e Amargo’ é uma peça que inspirou a criação da dramaturgia de ‘Todo Redemoinho começa com um sopro'”, destaca o diretor da Cia OFIT, Nill Amaral.

O espetáculo é encenado há mais de cinco anos, passando por diversos municípios do Estado e conta a história de dois jovens que chegam a uma casa e tem a missão de empacotar os objetos da antiga moradora da propriedade, e assim, esvaziar o local. A princípio o gesto parece simples, mas no decorrer do processo, os jovens descobrem diversas memórias esquecidas, que estavam apenas a espera de alguém para revisitá-las.

Para a atriz Karine Araújo, que protagonizou o espetáculo “Groselha”, com direção e produção da Cia OFIT, fazer parte de “Todo redemoinho começa com um sopro” é a oportunidade de ter uma nova vivência artística. “Antes de tudo é um prazer entrar para o elenco, trabalhar com o Nill sempre implica em muito aprendizado, e é muito bom dividir a cena com o Samir e com a Nadja”, enfatiza a jovem atriz que já esteve em cena pela OFIT com o espetáculo “Groselha”. “É um processo totalmente diferente, pois em ‘Groselha’ o desafio era trazer a força e todas as simbologias do peso de ser mulher, e em ‘Todo Redemoinho’ diz muito sobre a vida e sobre como entendemos o fim sob a perspectiva de mais de uma personagem”.

O ator Samir Henrique acredita que toda volta é um recomeço, atitude que combina com o cerne da peça, que fala sobre as voltas que a vida dá, como no caso de se apresentar no Teatro Aracy Balabanian. “Tenho trabalhado profissionalmente na cidade desde 2016, quando estreei em meu primeiro espetáculo. De lá para cá o Aracy se manteve fechado por todos esses anos. Até chegamos a utilizar algumas salas do centro Cultural, mas esse palco é um ambiente completamente novo para mim. Que loucura né? Um artista que tem quase uma década de trabalho numa cidade nunca se apresentou num dos principais teatros que temos aqui”, relatou em entrevista para o jornal O Estado.

“Para mim é uma expectava muito grande e certamente uma emoção única apresentar nesse lugar que já foi a casa de vários gigantes do teatro sul-mato-grossense e nacional. Espero de coração que o público se faça presente para apreciar essa história linda vivenciada nesse universo de Clarice Lispector”, finaliza.

Nádja Mitidiero reitera a alegria de Samir em poder se apresentar em um dos Teatros mais importantes e emblemáticos da Capitall. “Eu estou super animada. O Teatro ficou tanto tempo fechado que estrear essa peça que é tão importante, que fala tanto sobre a gente é algo que mexe com o público, fazer isso no Aracy é incrível. A peça foi concebida durante a pandemia, e acho que muitas pessoas passaram pelo que acontece na peça e se sentem identificadas, essa coisa de ir para casa de um membro querido da família ou de um conhecido e ter que guardar tudo, porque todo mundo se foi, mexe também”.

Para a atriz, os fãs de Clarice Lispector conseguirão ver nuances da escritora durante toda a peça. “Eu acredito que os fãs da Clarice vão amar a peça. O Éder Rodrigues, que é o dramaturgo, foi muito caprichoso ao criar uma peça sobre a Clarisse, inspirado nela. Não tem textos dela na peça, mas ele trouxe a vida dessa personagem para dentro da peça. Em falas como “essa pessoa conta as coisas de uma forma diferente”, “eu sempre tive uma dificuldade enorme em ser íntima”, “o cigarro sempre me ajudou”, coisa assim, você vai vendo a personagem da Clarice sendo descrita na peça e como os fãs da Clarice a conhecem bem, sua personalidade e obra, acho que será um deleite”.

Programação

A 2ª edição da Semana Clarice Lispector em Cena, promove palestras, performances, bate-papo e apresentação do espetáculo “Todo redemoinho começa com um Sopro” peça inspirada e elaborada a parir de outra montagem da Cia Teatral OFIT, “No gosto doce e amargo dar coisas de que somos feitos”, de 2007.

Com dramaturgia de Éder Rodrigues e direção de Nill Amaral, o espetáculo conta no elenco com Nádja Mitidiero, Samir Henrique, Karine Araújo e Luciana Kreutzer (participação em vídeo). Na coordenação de criação de espaço e visualidade da cena, Gil Esper; na iluminação e montagem, Rodrigo Bento e Dudu Leite; videografia e arte designer Bruno Augusto, e produção de Cia OFIT.

A 2ª Edição da Semana Clarice Lispector em Cena, contará também com a performance teatral “Memória MS”, nos dias 11, 17 e 18 de abril, às 19h, também no Teatro Aracy Balabanian. Trabalho que conta no elenco com André Tristão, Estefânia Bueno, Camila Brito, Nilce Maciel, Pepa Quadrini e Camila Morosini. Com direção e dramaturgia de André Tristão.

SERVIÇO

A peça “Todo redemoinho começa com um sopro” será realizada nos dias 11, 12 e 13 de abril, sempre às 20h, no Teatro Aracy Balabanian, no Centro Cultural José Octávio Guizzo, localizado na Rua 26de agosto, 453, Centro. A classificação indicativa é a partir de 12 anos e a entrada é franca. Já o espetáculo “Memória MS” será nos dias 11, 17 e 18 de abril, às 19h.

 

Por Carolina Rampi

 

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