Por Méri Oliveira e Marcelo Rezende – Jornal O Estado MS
Uma palavra que ultimamente vem ganhando espaço nos meios de comunicação e sendo bastante ouvida em rodas de conversa é “metaverso”. Mas do que se trata? Como é que funciona? É para todos? Falando de forma simplificada, é um mundo alternativo e virtual, que proporciona a quem vive no mundo físico experiências variadas e vivências inesquecíveis, até.
Quer saber um pouco mais sobre o assunto? Venha conosco que te contaremos o que os nossos entrevistados explicaram ao jornal O Estado. De acordo com o palestrante e especialista em mar- -keting digital Álvaro Vasques, “‘metaverso’ é um conceito de espaço virtual 3D online que conecta usuários em todos os aspectos de suas vidas.
A ideia é conectar várias plataformas, como ocorre com a Internet, contendo diferentes sites acessíveis por meio de um único navegador. É como uma espécie de vida virtual onde você pode fazer negócios, socializar e interagir com outras pessoas, marcas e negócios”.
O profissional cita, ainda, produções cinematográficas que retratam o metaverso na ficção. “O filme ‘Jogador nº ESSE TAL DE Realidade alternativa possibilita experiências no mundo físico 1’ é um ótimo exemplo de como funcionam as redes para diversos fins: jogar, ganhar dinheiro, estudar, entre várias outras tarefas.
O filme ‘Free Guy’ também é um ótimo exemplo, criando um grande universo computadorizado e mundialmente acessado pelo metaverso. Porém, um NPC (Non-Playable Character, ou personagem não jogável em tradução literal) começa a ganhar consciência e tudo ali começa a ser ameaçado por a inteligência artificial ter ganho vida e vontade próprias. Existem outras inúmeras referências como ‘Space Jam’, ‘Detona Ralph’, ‘Tron’, e o mais famoso deles, ‘Matrix’.”
Local digital – A jornalista Lyra Libero explica que o metaverso seria a internet num segundo momento, seria um local digital. “Isso seria digitalmente, já é uma realidade, já existe. A ideia é que o metaverso seja como é a internet para a gente hoje: ninguém é dono da internet, ela é descentralizada.
A premissa do metaverso é a mesma coisa, seria uma Web 5.0, uma Web 2. Lá dentro, as pessoas navegariam por avatares, então a gente entraria no metaverso usando algum tipo de device (dispositivo), ou seria pelo seu celular… eles querem emplacar um [modelo de] óculos, tanto que a empresa Meta, que é a empresa Facebook, tem agora uma parceria com a Ray-Ban para ter óculos de realidade aumentada, realidade virtual.”
Lyra também nos exemplifica como funcionaria uma experiência no metaverso. “Você está sentado no sofá da sua casa, navegando no Instagram, e você vê que está rolando uma festa, um show. Aí você entra no metaverso, pega o seu avatar – a pessoa que você é online no metaverso – e vai à festa por meio de holograma, então você da sua casa, se você está presente na festa real com o seu holograma do metaverso, a festa teria de ter a tecnologia para isso.
Aí, lá na festa você encontra sua amiga, que está lá presencialmente, e a convida para um ‘after’ da festa no metaverso, e ela loga no metaverso e você reloga também, e seus avatares vão para a festa digital no metaverso, onde vocês podem conversar com os artistas, comprar produtos digitais. A ideia, na prática, seria essa.”
Mundo digitalizado – Para o professor da FGV (Fundação Getulio Vargas) de transformação digital, Kenneth Corrêa, o mundo está se tornando cada vez mais digital. “Nosso mundo está virando cada vez mais digital, não necessariamente metaverso, mas o processo desde o marketing digital, redes sociais, plataformas de streaming, TV por demanda foram tomando conta da nossa vida.”
Ele explana que “o metaverso tem de ser um ambiente totalmente digital, totalmente ligado à tecnologia, tem de ser imersivo, tem de ser coletivo, e persistente, ou seja, diferentemente de um videogame, que você pausa e volta na hora em que quiser, o metaverso funciona na nuvem, online, se você sair, ele continua funcionando, mesmo sem você.
Tem de ser esse ambiente digital que é imersivo, coletivo, e persistente, onde as pessoas vão viver diferentes experiências usando seus avatares”.
Metaversos – O profissional ainda destaca que um erro bastante comum é acreditar que haja um só metaverso, quando, na verdade, existem vários metaversos desde 2018. “Não existe um metaverso só, essa é uma coisa que as pessoas estão entendendo errado e o Zuckerberg está superaproveitando dessa ideia. Na verdade são metaversos: diferentes empresas, com diferentes tecnologias, cada empresa ou organização, desenvolvedor, programador, cria uma experiência diferente”, finaliza Kenneth Corrêa.