Quarteto Legato

(Foto: Redes Sociais)
(Foto: Redes Sociais)

Jovens de 13 a 17 anos compõe quarteto que busca levar experiência imersiva na música clássica para o público

Das composições clássicas até as contemporâneas, o Instituto Moinho Cultural Sul-Americano inaugurou mais uma etapa para o projeto, com o lançamento do Quarteto Legato, com objetivo de levar ao público uma experiência imersiva, independente do repertório escolhido. A iniciativa abre espaço para os músicos em formação da instituição.

A iniciativa do projeto é do maestro José Maikson e do coordenador de música do Moinho Cultural, Vinícius Klaus, que visam o prolongamento da missão da instituição, de conectar pessoas pelo poder transformador da arte, onde música, dança, educação e desenvolvimento pessoal se entrelaçam para formar um espaço de aprimoramento dos músicos, tornando-os artistas completos e versáteis.

“O Quarteto faz parte do processo de ensino dos participantes de cordas da Instituição. Quando chegam em um momento de refinamento no estudo, é necessário passar por essa formação para aprimoramento sonoro e de repertório”, explicou o coordenador.

No início deste mês o Quarteto Legato realizou seu concerto de lançamento, na sede do Moinho, no Porto Geral, com a apresentação de quatro adolescentes talentosos, que se uniram pela paixão a música e aos instrumentos de corda.

Maria Fernanda Castilho Acosta, de 15 anos, Daniel Castilho Acosta, de 14, Pedro Henrique Castedo Aldama, de 17 anos e Marco Antônio de Souza, de 13, são alunos do Moinho Cultural e mostram como a juventude pode elevar a música clássica, trazendo frescor e vivacidade para obras atemporais.

No instituto desde 2017, com apenas oito anos, Maria Fernanda toca violino e relatou que, apesar da preparação desde o início do ano para o lançamento do quarteto, ainda ficou nervosa para a estreia. “Estava muito nervosa, mas eu fiquei feliz. Evoluí bastante desde que comecei a tocar violino e cheguei a esse nível de poder estar tocando aqui, de forma profissional”, conta a musicista.

A jovem ainda contou ao jornal O Estado, que vê o quarteto como um presente. “É um reconhecimento pelo meu estudo, me dando mais ânimo para continuar em frente e conquistar tudo que tanto desejo. Além de aprender mais sobre como ser um profissional exemplar na área da música e na vida”.

Daniel é irmão de Maria Fernanda e conta que passou pelo piano e pela flauta transversal, antes de se descobrir no violoncelo. Depois da primeira apresentação do Quarteto Legato, ele afirma que o objetivo é se aprimorar. “Vamos buscar sempre evoluir o máximo possível para chegar em outros patamares e alcançar outros lugares. Mostrar isso que a gente mostrou hoje, 10 vezes, 20, 30 vezes melhor”.

Para o adolescente, a passagem por outros instrumentos abriu sua visão para entender outros aspectos da orquestra. “Me influenciou positivamente na abordagem de diferentes instrumentos e suas características, fazendo com que eu pense de uma forma mais em equipe do que em unitário, fazendo com que eu entenda as diferenças e o que elas causam em um quarteto”.

Marco Antonio Souza afirma que tocar em um quarteto é uma experiência bem diferente de tocar em uma orquestra. “Na orquestra, tem várias pessoas com o mesmo naipe, aí no quarteto é você e você ali. Todo mundo está cuidando do que você estava tocando. Então tem mais essa preocupação. O quarteto me ajuda em uma melhor percepção musical. Quando toco na orquestra, consigo perceber o que todos os instrumentos fazem”, relembra.

“O nosso repertório foi escolhido com a ajuda do nosso professor, com as músicas que a gente tocava na Orquestra Jovem, e o compositor do repertório foi Mozart”, complementa.

O quarto integrante é Pedro Henrique Caceto Aldama. No Moinho Cultural desde 2019, ele resume como foi a estreia do quarteto. “O sentimento não é de prazer, é de conquista, porque nós nunca imaginamos um dia chegar neste patamar. Para nós, é um avanço e estamos sempre em busca de mais”, disse.

“Para mim o Legato é fundamental para o desenvolvimento pessoal e também como músico. No quarteto me desenvolvo como amigo e também um ótimo músico, adquirindo experiencias com plateias, procurando sempre vencer a timidez e a vergonha, acreditando que minha evolução pessoal é nítida desde que entrei no quarteto”, finaliza.

Repertórios

Segundo Daniel, a escolha do repertório busca um compositor e uma era específica da música. “Para garantir uma maior imersão do público, sempre tentamos recriar aquilo que o compositor queria passar com a obra, sentimentos e expressões, incluindo a vida dele e a época em que a obra foi composta”, explicou ao jornal O Estado.

A técnica também de cada compositor escolhido também é explorada pelo quarteto. “A ideia inicial é que trabalhemos repertórios voltados para música erudita, pois esta exige um grande cuidado com a interpretação e também trabalha elementos da técnica instrumental de cada participante. Com a técnica bem resolvida, temos a liberdade de trabalhar repertórios diversos, clássicos, regionais, internacionais e até mesmo, músicas que venham de encontro com aquilo que os integrantes do quarteto são acostumados a ouvir”, disse Maria Fernanda.

“Procuramos sempre mesclar composições entre os períodos antigos e contemporâneos em equipe, além de conhecer a obra do compositor e sua biografia, para entender os sentidos que o autor queria expressar sobre seus sentimentos ao longo de sua história, além de aproveitarmos a oportunidade de contatar amigos músicos profissionais, para nos ajudar com dicas sobre o repertório selecionado”, complementou Pedro Henrique.

Moinho Cultural

Localizado em Corumbá (MS), na fronteira com a Bolívia, há 20 anos o Instituto Moinho Cultural Sul Americano transforma vidas. Nesse período mais de 23 mil crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e risco social foram beneficiadas diretamente com atividades oferecidas diariamente em período contraturno da Escola Regular e 60 mil indiretamente. Durante todos esses anos, foram realizados mais de 58.919 atendimentos assistenciais. São ofertadas aulas de Ballet e Música Clássica, Dança Contemporânea, Informática, Apoio Escolar, Grupo de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, entre outras. O Moinho também beneficia crianças e jovens do município de Ladário e das cidades bolivianas Puerto Suarez e Puerto Quijarro, possibilitando um importante intercâmbio cultural.

Por Carolina Rampi

 

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