Podcast ‘Vozes do MS’ estreia em O Estado Play

Foto: Marcos Maluf
Foto: Marcos Maluf

Novo conteúdo estreia nesta terça (5), pelo Estado Play com a sargento Betânia, da PMMS, contando histórias reais de cidadãos da Capital e desafios vividos

Com a proposta de ampliar a voz dos cidadãos sul-mato-grossenses, o podcast “Vozes do MS”, estreia nesta terça-feira (5), às 20h, no Estado Play, com a sargento Betânia no comando das entrevistas e contando histórias reais do cotidiano, que serão compartilhadas desde as problemáticas até jornadas de sucesso. O primeiro episódio é “Drogas: da Euforia à Destruição” e traz como tema a história de duas mulheres, que encaram os desafios de cuidar de familiares com vício em substâncias ilícitas, sem nenhuma assistência básica. A trajetória de Célia, presidente Clube de Mães bairro Celina Jallad, e Juliana Ferreira da Costa, agente comunitária, se conectam para além da semelhança de seus desafios, mas a partir de suas experiências, ambas veem a necessidade de ajudar o próximo por meio de projetos sociais. 

Ao longo da temporada, jovens no mercado de trabalho, maus tratos e lideranças comunitárias, são apenas alguns dos assuntos relevantes que serão abordados. “Serão contadas histórias da população da nossa cidade que, no dia a dia, são corriqueiras, mas que, de alguma forma, influenciam na vida de cada um positivamente e também as ocasiões que estamos sujeitos a passar”, destaca a apresentadora e idealizadora, sargento, Betânia.

Com 20 anos de atuação na Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Betânia Kelly Rodrigues, primeiro- -sargento, além de policial, é educadora e idealizadora do Movimento das Mulheres da Segurança Pública de MS. “Nosso objetivo, com o podcast, é abordar os desafios, mas também mostrar o lado positivo da história, para não focar apenas nos aspectos negativos”, revela a apresentadora do novo programa. 

A sargento Betânia enfatiza que o propósito principal de seu programa é conscientizar outras famílias, demonstrando que elas não estão sozinhas em suas lutas contra o vício. Ela destaca a importância de reconhecer que existem recursos disponíveis para obter ajuda. Além disso, o objetivo é compartilhar histórias de pessoas que conseguiram superar o vício, oferecendo esperança e inspiração. Com média de 30 minutos cada episódio, o novo projeto tem o intuito de ser acessível, compartilhar histórias, acontecimento do cotidiano, abordar problemáticas em todas as camadas da sociedade. De acordo com Betânia, o podcast apresentará as dificuldades e os anseios que atingem as famílias, de maneira geral.

O foco na primeira etapa serão os bairros mais emergentes, mas o podcast não se limitará por demarcação geográfica ou classe social, como explica a sargento. “Chegará o momento de abordar sobre empregabilidade, do jovem no mercado de trabalho, ou sobre o empregador. São assuntos diversificados, desde o bairro mais periférico até o mais assistido, pensando nessa interação social em algum momento, seja na escola, no trabalho, no lazer, ou até mesmo ao precisar de um serviço público”, conclui.

 

Foto: Novo projeto: Sargento Betânia com os diretores do jornal O Estado Lídia e Jaime Vallér e as entrevistadas do 1ºpodcast/Marcos Maluf

História da estreia 

O episódio de abertura é composto por relatos sensíveis, mas necessários, a respeito de um dos problemas sociais que atingem todas as classes do Brasil: o vício em substâncias ilícitas. Contudo, torna-se um desafio muito maior quando afeta as classes menos favorecidas que, por vezes, são levadas à exclusão e são marginalizadas, potencializando sua vulnerabilidade. A faltade políticas públicas é apenas um dos fatores que corroboraram para a baixa perspectiva de resolução nesse âmbito, fatos que levaram indivíduos a compor emocionantes histórias de superação e, por consequência, de muita empatia.

Presidente do Clube de Mães do bairro Celina Jallad, Célia Alves e Juliana Ferreira da Costa, que é agente comunitária e residente no bairro Tiradentes, são as convidadas para a estreia do programa, que terá episódios com 30 minutos de duração, em média, e compartilhará as experiências de ambas, destacando que o problema das drogas vai muito além das percepções comuns.

“Meu trabalho, como presidente de Clube de Mães, foi a maneira que encontrei para compreender a realidade de populações carentes e desprezadas pelos poderes públicos. Ter em casa dependentes químicos, infelizmente, é a realidade de muitas mães e, desde que estou nessa jornada, nunca consegui uma assistência pública, só a ajuda de Deus. Vou vivendo aos poucos, com força e confiando no senhor Jesus”, revela Célia.

Célia Alves, por exemplo, apesar de ter duas filhas com dependência química, encontrou maneiras de servir à comunidade como presidente do clube. Ela compartilha sua história de enfrentamento e cuidado por 250 famílias em uma região desafiadora. 

“Primeiro, a gente começou com a força de vontade. Meu sonho, toda a vida, sempre foi cuidar das pessoas e dar o melhor para elas. Foi aí que ingressei para ser presidente do Clube de Mães do bairro Celina Jallad. É luta, é uma região muito perigosa. Tive força e coragem. Cuido de 250 famílias. Tenho, de sangue, filhos, 11 netos e filhas usuárias. Enfrento uma barra, mas consigo vencer, com a ajuda do Todo-Poderoso”, destacou.

Já Juliana Ferreira da Costa relata a experiência de seu irmão, como usuário de drogas, que começou com cigarros lícitos aos 18 anos e gradualmente avançou para drogas mais pesadas, incluindo pasta base. O álcool também entrou em sua vida, o que ela considera ainda mais prejudicial.

“Ele foi casado e teve dois filhos. A ex-esposa também é dependente. Ela tinha sete filhos e mais dois, com meu irmão. Foram dois anos juntos. Depois, voltou a morar com minha mãe. Passou a roubar, foi preso, as crianças foram parar em um abrigo. Minha irmã conseguiu a guarda dos nossos sobrinhos. Após solto, ele voltou para ruas”, relata.

O podcast poderá ser acessado no Estado Play, com episódios lançados todas às terças, disponível a partir das 20h. Os internautas por dentro dos canais multimídia do jornal O Estado podem dar sugestões de temas e pedirem para participarem do programa. O contato é por meio do WhatsApp, pelo número (67) 99904-4474, ou pelos comentários nas redes sociais.

Por Ana Cavalcante – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.

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