Patrick Dimon: Uma voz que cruzou fronteiras

Foto: Ricardo Roberto Raya
Foto: Ricardo Roberto Raya

Cantor e ícone da década de 1970, Patrick Dimon relembra sua trajetória de sucesso em entrevista ao jornal O Estado

 

Em uma época em que a música ainda era vivida com alma, um nome se destacou no Brasil e no mundo: Patrick Dimon. Ícone da chamada era de ouro da música, ele conquistou corações ao embalar a trilha sonora de uma das novelas mais queridas do país, “Pai Herói”, exibida em 1979. Nascido em uma ilha na Grécia, Dimon percebeu que seu talento era grande demais para os limites de uma cidade com pouco mais de 30 mil habitantes. Com isso, deixou sua terra natal e partiu rumo ao Brasil, e ao mundo, levando sua voz e seu carisma por diversos continentes.

Dando a volta ao mundo com sua voz, Patrick Dimon desembarca em Campo Grande no dia 9 de agosto para um show especial. A apresentação faz parte de uma ação filantrópica em prol do Hospital da Santa Casa, que irá inaugurar uma nova ala dedicada ao tratamento oncológico. A cerimônia contará com o show de gala de Patrick Dimon, que promete emocionar o público com uma performance VIP e intimista, uma celebração especial na véspera do Dia dos Pais.

A ação é uma iniciativa de Jaime Valler, Diretor Geral do Jornal O Estado, que conheceu Patrick Dimon através do casal de amigos Fernando Figueiredo Aguiar e Irene Figueiredo em Recife, no estado do Pernambuco.

Marco de uma Geração

Natural da ilha de Samos, na Grécia, berço de pensadores como Pitágoras e Aristarco, Patrick Dimon é artista internacional com trajetória marcada por versatilidade, talento e uma voz que emocionou gerações. Naturalizado brasileiro há mais de dez anos, iniciou sua carreira ainda criança, cantando músicas sacras em igrejas ortodoxas. Seu contato com o Brasil se deu nas viagens com o pai, representante consular, que o levou a diversos países da América Latina.

A estreia fonográfica veio em 1969 com o compacto “Las Amorosas”, lançado pela Odeon na Argentina. Desde então, Dimon acumulou mais de 30 LPs e superou a marca de 5 milhões de discos vendidos, com diversos certificados de Disco de Ouro, Platina e Diamante. Um de seus maiores sucessos é “Pigeon Without a Dove”, adaptação da obra “O Guarani”, de Carlos Gomes, canção que se tornou tema da novela Pai Herói (TV Globo, 1979) e foi distribuída em mais de 240 países. Outro destaque é “Eternal Love”, presente na trilha sonora da novela “Os Ricos Também Choram”.

Patrick Dimon canta em oito idiomas grego, espanhol, português, inglês, francês, italiano, hebraico e armênio e já se apresentou em festivais de grande prestígio, como o Festival Internacional da Canção na Grécia, além de eventos marcantes em Punta del Este e Piriápolis, no Uruguai. Ao longo da carreira, encantou plateias ilustres, incluindo apresentações para Soraya, Princesa da Pérsia, e até para Winston Churchill.

Outro marco de sua carreira foram os shows em cruzeiros de luxo que percorriam os oceanos da Europa e da Ásia, onde se apresentou como estrela principal dos espetáculos musicais. Além disso, foi cantor favorito de Aristóteles Onassis, magnata grego do transporte marítimo. No Brasil, deixou sua marca em grandes palcos e eventos nacionais, além de participações memoráveis em programas de televisão como os de Jô Soares, Ratinho, Raul Gill, etc.

Lenda viva Com 56 anos de palco, Patrick Dimon segue embalando corações com sua voz única – Foto: Ricardo Roberto Raya

Lenda Musical

Patrick Dimon mantém uma relação especial com o Mato Grosso do Sul, estado que sempre admirou por sua força agrícola e importância econômica para o Brasil e o mundo. Em entrevista ao Jornal O Estado, o cantor relembra com carinho suas passagens por cidades sul-mato-grossenses como Ponta Porã e Eldorado, onde se apresentou há mais de quatro décadas. Uma visita rápida a Bonito também deixou marcas profundas.

Dimon ficou encantado com a estrutura da cidade, a beleza cinematográfica de suas paisagens naturais e o equilíbrio que encontrou na conexão com a natureza. Para ele, retornar agora ao Estado é motivo de emoção e gratidão. “Os animais, com seu olhar, me transmitem mais amor do que muitas palavras humanas. O Brasil, e especialmente o público brasileiro, foi o meu maior palco. É aqui que vivi o auge da minha carreira”.

Além de intérprete, Patrick também é compositor e valoriza profundamente o processo criativo. Dimon integrou um movimento musical forte no final dos anos 1970, quando foi contratado pela extinta gravadora RGE/Fermata e passou a fazer parte de um seleto grupo de artistas que cantavam em inglês e conquistavam o público brasileiro.

“Compor exige mais que técnica; precisa de inspiração verdadeira, e isso está cada vez mais raro. Não canto somente por cantar. Cada canção que levo ao palco tem uma mensagem, um propósito. Analiso o público, observo cada rosto, mesa por mesa, e tento tocar as pessoas de verdade, com um abraço, um olhar, um gesto. Sinto a carência que muitos carregam e tento devolver esperança com meu trabalho”, afirma o artista.

Segundo o artista, a maior conquista da carreira de Patrick Dimon vai além dos palcos e do sucesso internacional. Embora tenha cantado para o magnata grego Aristóteles Onassis e vivido experiências luxuosas, o que mais o marcou foram gestos de humanidade.

Em Londrina, na década de 1980, recusou-se a se apresentar até que um jovem cadeirante fosse autorizado a entrar no show e acabou dedicando toda a apresentação a ele. Já em Chapecó, um casal simples emocionou o artista ao dizer que havia batizado o filho com seu nome em sua homenagem. Para Dimon, esses momentos mostram que seu maior legado é tocar vidas com sensibilidade e verdade.

“Esses momentos são os que me motivam. Eu sempre digo que não canto por cantar. Eu sinto o que faço, e isso é o que me conecta com o público. Quando alguém sai de um show meu dizendo que foi tocado, que se emocionou, isso é a maior recompensa”.

Futuro

O artista não pensa em parar. Recentemente, Patrick Dimon esteve em turnê com o espetáculo “O Mundo em Oito Idiomas”, no qual interpretava canções em cada um dos idiomas que domina fluentemente. Incansável, ele continua se apresentando em eventos privados e públicos, aproveitando cada nova oportunidade para levar sua arte e emoção ao público.

Com uma carreira repleta de emoções e momentos marcantes, ele agora planeja lançar um livro sobre sua vida, reunindo memórias e curiosidades de sua trajetória. Além disso, pensa em transformar sua história em um curta-metragem documental no futuro. O objetivo é claro: deixar um legado, registrando em palavras e imagens a intensidade de uma carreira que atravessou décadas, palcos, línguas e fronteiras.

Serviço: As informações detalhadas sobre o evento serão divulgadas em breve e poderão ser acompanhadas pelas redes sociais da Santa Casa. Para contratação de shows, entre em contato pelo telefone (11) 99277-5004.

 

Por Amanda Ferreira

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