Livro “Musa Anacrônica – A alma errante de um poeta” será lançado na Academia Sul-Mato-Grossense de Letras

Lançamento acontecerá no dia 1 de dezembro.|Foto: Divulgação.
Lançamento acontecerá no dia 1 de dezembro.|Foto: Divulgação.

No próximo 11 de dezembro, Mato Grosso do Sul presencia um acontecimento literário inusitado, com o lançamento do livro “Musa Anacrônica – A alma errante de um poeta” e, nesse caso, a história que explica o fato.

O autor, Carlos da Fonseca, nasceu em 1879, no interior de São Paulo, nos arredores de Ribeirão Preto. Era filho de um professor e tudo indica que ele e o irmão Pedro de Alcântara receberam educação esmerada. Ao ficar viúvo, o pai resolveu se embrenhar pelo sertão desconhecido e quase inacessível do Sul de Mato Grosso e, com os dois filhos, foi parar na região onde se encontra hoje a cidade de Maracaju. Passaram a dar aulas em fazendas, improvisando escolas onde o campo também era fértil para quem se interessava por Educação, uma vez que analfabetos eram maioria.

O dom da poesia e da prosa se revelaram cedo na vida de Carlos da Fonseca. Um de seus poemas é de 1898, ano em que chegou a Mato Grosso, com 18 anos e foi escrito em uma viagem pelo Rio Ivinhema. Dali em diante não parou mais. Raras vezes conseguiu voltar à metrópole mas, num desses retornos, reuniu 20 anos de textos e, com o título “Vida Rústica”, publicou-os em 1918, na sessão de obras literárias do jornal O Estado de São Paulo. Esse livro fala de costumes regionais, folclore, culinária, política e natureza, registros preciosos do passado aventureiro dos colonizadores.

O pai se casou novamente e uma das filhas do segundo casamento é a mãe de Elizena Ribeiro Chaves de Carvalho, advogada e escritora que foi estudar no Rio de Janeiro e lá se radicou. Elizena conta que sempre ouvia entre os familiares, histórias do tio Carlos da Fonseca, o “tio Caíto”, sobre sua inteligência e façanhas literárias. Resgatou o livro “Vida Rústica” e o relançou em Campo Grande cem anos depois, em 2018.

Nessa época, a advogada já sabia da existência de um segundo livro do tio, “Asas Emprestadas”, lançado em 1928, quando o autor já morava em Maracaju. Ali ele havia participado da fundação da cidade e trabalhava na produção de textos notariais e discursos de autoridades. Elizena voltou do Rio de Janeiro e se radicou em Campo Grande. Sabendo de seu gosto pela história, a família passou a lhe enviar preciosos guardados. Foi no meio deles que a advogada encontrou um livro manuscrito em fina caligrafia, com o título de “Musa Anacrônica – A alma errante de um poeta”. Um verdadeiro tesouro!

Os manuscritos reúnem poemas construídos nas mais diversas formas da arte de versejar, desde o tempo em que chegou ao Sul de Mato Groso, em 1898 até o ano de sua morte, em 1930. Enquanto “Vida Rústica” e “Asas Emprestadas” apresentam crônicas da vida cotidiana e registros da época, na obra “Musa Anacrônica – A alma errante de um poeta”, Carlos da Fonseca abre seu coração revelando pensamentos, desejos, pontos de vista, dilemas e conflitos.

Elizena não perdeu tempo e, antes mesmo de reeditar “Asas Emprestadas”, optou por revelar aos leitores os versos raros dos manuscritos, realizando certamente o sonho de seu tio em ver publicada também essa obra. Como sempre acontece, o trabalho literário de Carlos da Fonseca ficou adormecido por um longo tempo, na verdade um século, mas agora ressurge com o merecido reconhecimento e visibilidade. Não podemos afirmar ter sido ele o primeiro escritor a publicar um livro no Sul de Mato Grosso mas, com certeza, foi um dos primeiros.]

Serviço:

Lançamento
Local: Academia Sul-Mato-Grossense de Letras
Rua 14 de Julho, 4653. Altos do São Francisco
Data: 11 de dezembro – 19h
Contato: Lenilde Ramos – 67. 99233 8855

 

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